É uma regra dos filmes de super-heróis que eles devem culminar em uma longa sequência de ação, com corpos e armas caindo por toda parte. Agora imagine se essa sequência fosse o filme inteiro, mas com ação monótona e sem suspense. O resultado é ‘Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania’, a mais recente e possivelmente mais boba história do Universo Cinematográfico da Marvel.
Apesar de Homem-Formiga (2015) e Homem-Formiga e a Vespa (2018) focar no talento de Paul Rudd como o homem comum Scott Lang, que veste seu traje especial e se encolhe no minúsculo Homem-Formiga, este terceiro filme joga tudo isso fora. O personagem nada mais é do que um acessório em uma trama que estabelece o próximo grande vilão da Marvel…
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Scott está agora em um relacionamento com Hope van Dyne, sua parceira na salvação do mundo como The Wasp. Evangeline Lilly mais uma vez torna Hope surpreendentemente sem carisma. Scott e sua filha, Cassie (Kathryn Newton), passaram a fazer parte da família de Hope, que inclui seus geniais pais, Hank Pym, (Michael Douglas) e Janet van Dyne (Michelle Pfeiffer), que no final de Homem-Formiga e O Wasp foi resgatado após 30 anos no Reino Quântico, o lugar subatômico onde as regras de tempo e espaço não se aplicam.
Cassie, que tinha oito anos no último filme do Homem-Formiga, agora tem 18 anos. Ela é uma cientista iniciante, inspirada pelo homem que ela chama de vovô Hank, mas quando uma invenção dá errado, todos acabam no Reino Quântico durante o filme. É um lugar que pega emprestado de Star Wars com um toque de Dune. Há terreno arenoso e rochoso. Há seções que parecem debaixo d’água e plantas que lembram cogumelos translúcidos. Existem criaturas sem rostos. Mas a paleta é marrom escuro e azul, e o efeito é como assistir a um filme inteiro filmado em um túnel escuro. A Marvel criou os vibrantes e majestosos mundos de Asgard de Thor e Wakanda de Pantera Negra. É difícil imaginar o que deu tão errado aqui.
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Pfeiffer é o ponto mais brilhante do filme, pois Janet se torna uma heroína de ação inesperada. Ela conhece o Reino Quântico, é infame lá e está sendo caçada por alguém tão assustador que seu nome nem é mencionado na metade do filme. Ele é Kang, o Conquistador (Jonathan Majors), empenhado em escapar do Reino Quântico e destruir vários mundos e linhas do tempo apenas porque pode.
Scott e sua família precisam parar Kang e também se salvar, mas não há dúvida sobre a sobrevivência do vilão porque ele tem seu próprio filme, Vingadores: A Dinastia Kang (Avengers: The Kang Dynasty), agendado para 2025 – O que tira boa parte da graça do filme.
As forças do bem e do mal vão e voltam – Kang emprega hordas de soldados com capacetes azuis brilhantes, como um exército com lâmpadas azuis no lugar dos rostos. Scott e Cassie se separam dos outros. Todos parecem preocupados. Existem veículos voadores e formigas gigantes. Mas a ação é rígida e os personagens e o enredo de uma nota são esmagados sob a sobrecarga de CGI e efeitos especiais maçantes…
Bill Murray tem uma única cena como Lord Krylar, um amálgama de todos os personagens engraçados de Bill Murray. William Jackson Harper é irônico como um telepata simpático, que infelizmente desaparece durante grande parte do filme.
A conclusão é que Marvel poderia ter pulado direto para a Dinastia Kang. Criar Quantumania para chegar lá foi um desperdício.