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Monster Hunter – criadores dos filmes Resident Evil ‘atacam’ outra franquia Capcom

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A popular série de videogames da Capcom se destaca por sua jogabilidade divertida, progressão viciante e ótimos designs, mas não necessariamente por seu enredo. Para quem jogou Monster Hunter (2004) lembra que assumimos o papel de um caçador em um ambiente de fantasia e completa missões que consistem em buscar monstros para caçar ou capturar.

Com o anúncio da adaptação para os cinemas, todos estávamos curiosos para saber que tipo de história o tão esperado filme pretendia contar. O resultado é que o diretor e os roteiristas não sabiam qual era a história do seu próprio filme e assim temos um blockbuster tão esperado que é mais uma sessão da tarde, um desastre narrativo, sem sentido.

Narrativa

A tenente Artemis e seus soldados são transportados para um novo mundo. Lá, eles se envolvem em batalhas imponentes, buscando desesperadamente a sobrevivência contra bestas gigantes portadoras de habilidades surreais.

Quem esperou o filme, com os trailers apresentados, aguardava uma adaptação com uma boa história. E sabendo que Paul WS Anderson vem tentando fazer uma versão cinematográfica da franquia de games desde 2012, acreditamos que ninguém imaginaria isso depois de ver o resultado final. Para muitos não foi surpresa: pesquisando com alguns fãs do jogo, percebi que eles não esperavam um grande filme.

Ser dirigido pelo mesmo homem responsável pela maioria dos filmes de Resident Evil matou as esperanças de muitos. Embora os filmes da saga de zumbis tenham um fio narrativo, tendo até que os defendam.

Análise

Vamos começar pelos aspectos positivos. A maioria dos monstros que vemos no filme são incríveis e são visualmente fiéis aos dos videogames. Diablos e Rathalos são realmente legais de se ver com seu tamanho ameaçador e movimentos realistas. Comemore o trabalho dos artistas CGI que os trouxeram à vida. Não é nenhuma surpresa descobrir que o estúdio Toho, o mesmo responsável pelos filmes japoneses do Godzilla, esteve envolvido nesta produção.

Por outro lado, é sempre bom ver a Milla Jovovich. Sua presença na tela vai além de sua beleza, é como ela fosse uma protagonista absoluta e aparece em quase todas as cenas. Isso pode ser motivo suficiente para os fãs gostassem deste filme.

E infelizmente, isso é tudo de positivo que podemos dar para Monster Hunter (2020). Seu principal problema é um roteiro sem pé nem cabeça que parece mais uma mistura imprudente de histórias diferentes.

Diferenças

Acreditamos honestamente que um bom filme pode ser feito sobre qualquer coisa, mas isso não significa que seja fácil de fazer. Como já dissemos, os jogos da franquia Monster Hunter não se destacam por suas histórias e costumam ser bastante ruins. Ainda assim, havia esperança de que o filme pudesse fazer algo diferente e especial.

O fato de ser estrelado por personagens militares; do “nosso mundo”; era bastante polêmico por causa da distância que ficava dos videogames; mas havia espaço para ser algo interessante. Não foi assim.

O grupo da ONU liderado pela Capitã Artemis – como a deusa da caça – está preso em outro mundo, enfrentando uma ameaça para a qual não estão preparados. Quase todos eles são despachados rapidamente. O filme se torna uma história de sobrevivência para a protagonista; havia até u potencial nessa abordagem, mas foi desperdiçado. Entre esse grupo destacamos a participação da brasileira Nanda Costa (Sonhos Roubados) e o mexicano Diego Boneta (Luis Miguel).

O clichê do “protagonista de outro mundo” existe porque é uma forma simples de explicar ao público o cenário estranho, mas isso é inútil em Monster Hunter. A maioria dos personagens que a capitã Artemis encontra não fala a língua dela, e o choque cultural atrapalha o enredo ao invés de torná-lo interessante ou dramático.

Ártemis e Hunter

Em mais da metade das filmagens, seguimos apenas Artemis e o ‘caçador’, personagem interpretado pelo artista marcial tailandês Tony Jaa (Ong Bak).

O relacionamento deles evolui, passando sem razão de inimigos para amigos e parece baseado nos clichês do ‘salvador branco’ e do ‘nobre selvagem’.

O ritmo do filme não é legal, arrastado até o meio do filme. De repente, tudo muda, aparece alguém com quem Artemis pode se comunicar e revelam uma mitologia absurda e mal explicada. Não faz sentido dentro da lógica do filme ou dos videogames em que se baseia. Uma desculpa no roteiro para justificar pela metade os acontecimentos da trama.

Os trailers mostraram-nos personagens semelhantes aos que estão presentes em Monster Hunter: World, mas são praticamente participações especiais. Quando Rathalos aparece, os personagens carregam até as armas do jogo, mas aí descobrimos que Paul WS Anderson não tem ideia de como mostrar lutas corpo a corpo contra grandes seres, então temos um desastre visual.

O diretor tem um pouco mais de sucesso mostrando os confrontos dos Rathalos contra tanques e aviões de guerra, como se fossem um ‘kaiju’, mas não há nada de novo nisso.

Quando chegamos ao final do filme, vemos os personagens prestes a entrarem em combate contra outro amado monstro do videogame. A história não fecha, deixa as dúvidas criadas sobre sua mitologia ou os portais entre os mundos.

Não importa a perspectiva que tomemos ao analisá-lo, Monster Hunter não é apenas uma má adaptação de um videogame, é um filme ruim. Sua história não tem sentido, seus personagens não têm carisma e o desenvolvimento é irregular. Várias oportunidades perdidas, o filme vale pelas cenas de ação, os efeitos especiais e como distração.

Nota: Ruim – 2 de 5 estrelas

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Por
Cadorno Teles -

Cearense de Amontada, um apaixonado pelo conhecimento, licenciado em Ciências Biológicas e em Física, Historiador de formação, idealizador da Biblioteca Canto do Piririguá. Membro do NALAP e do Conselho Editorial da Kawo Kabiyesile, mestre de RPG em vários sistemas, ler e assiste de tudo.

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