Este artigo apresentará uma tradução literal do que foi publicado no site Original Batman, e não corresponde às opiniões de nenhum autor/editor do Ambrosia, cabendo aos nossos leitores colher as informações e tirarem suas próprias conclusões.
História
No início dos anos 1930, quando o mundo ainda sofria com a Grande Depressão, Frank D. Foster II era um jovem estudante de arte em Boston, e se tornou muito amigo de Al Capp, que ficou conhecido por sua tirinha de jornal “Li’l Abner”. Capp sugeriu que Foster entrasse para o ramo de quadrinhos e ambos começaram a criar algumas idéias. Foster comentou isso numa entevista com um advogado em 1975:
“…ele me deixou interessado o suficiente para criar algumas idéias. Naquela época, e ainda hoje, o que se mais tem nesta mídia são heróis, e eu achei que o meu herói teria que agir apenas à noite, diferente dos outros. Então comecei a trabalhar nisto, meio na brincadeira, inventando algumas coisas. E uma dessas coisas foi o Batman…“
Em julho de 1932, Foster se casou com Ruth Hardy, tendo um negócio de pinturas decorativas, mas que faliu em 1936. No mesmo ano, a família teve seu primeiro filho: Frank D. Foster III, e então se mudam para Nova York. Nesta época, Foster começou a trabalhar com quadrinhos para diversas editoras e uma dessas editoras era a DC Comics, que ficava perto de sua casa.
Entre esses trabalhos, Frank circulou por vários editores levando suas criações e portfólio para conseguir um bom trabalho. Dentre as várias apresentações, estava alguns desenhos do Batman. Ele chegou a trabalhar rapidamente para a Munsey Publications, além de alguns trabalhos para a Feira Mundial. De acordo com seu filho, seus trabalhos que foram deixados com a DC para análise foram devolvidos, com a alegação de que eles não utilizariam nada. Entretanto, ele não se lembra de quem o entrevistou e em que datas exatas isso aconteceu.
Em 1975, trocando cartas com um amigo que dividiu um apartamento com ele anos antes de se casar, Byron MacDonald, ele lhe perguntou se Byron se lembrava dos desenhos daquele período. Duas semanas depois, o amigo respondeu:
“Definitivamente me lembro destes desenhos, bem como me lembro das várias discussões que tivemos a respeito do Batman e outros trabalhos.“
Em 1939, os trabalhos com a Feira Mundial se acabaram, e a família Foster se mudou para Washington, onde Frank trabalhou no Mellon Art Gallery. Tempos depois ele viu nas bancas uma revista do Batman. Sua esposa lhe disse: “você viu?! Eles roubaram o Batman!“.
Sem ter recursos financeiros para advogados ou mesmo conhecimento de como proceder a respeito disso, nada jamais foi feito. Frank D. Foster II morreu em 1995. Seu filho Frank III sabe que não há chances de uma ação legal ser feita, mas gostaria que, pelo menos, seu pai recebesse algum reconhecimento pela idéia:
“Em minha mente, há uma tremenda injustiça e eu não sinto que seja certo deixar isso ficar dessa forma pra sempre, e nunca tentar consertar isso“.
Desenhos
Todos os desenhos abaixo, feitos por Foster, datam de 1932.
Asa Noturna e Ravena
Anotações atrás dos desenhos do Batman de Frank Foster indicam que ele chegou a considerar outros dois nomes para sua criação. Um deles era “Asa Noturna“.
Na DC Comics, o Asa Noturna surgiu como uma evolução do parceiro mirim do Batman, o Robin.
Na mesma época que Foster fez os desenhos do Batman, ele também experimentou outras idéias. A única que sobreviveu estes anos todos foi um painel do “Ravena“.
No verso deste painel, está a anotação “1931 NY” e nomes dos vários amigos de Frank, como Pete MacDonald (irmão de Byron MacDonald).
Um pedaço de um quadrinho do “Ravena”, de 1940.
Documentos
Em 1975, Frank Foster foi entrevista pelos advogados Barry Weiner e Carl Israel para determinar se havia algo a ser feito. Nada chegou a ser feito, mas a entrevista pode ser lida em inglês aqui.
A carta original de seu amigo Byron MacDonald.
Em 20 de agosto de 1998, o Boston Globe publicou uma matéria a respeito da família Foster e o Batman.