Na última sexta-feira (31 de julho) o cinema perdeu o cineasta britânico Alan Parker, que faleceu aos 76 anos. Aqui você tem uma lista com os filmes essenciais do diretor
O Expresso da Meia-Noite (1978)
Em 6 de outubro de 1970, enquanto embarcava em um voo internacional para fora do aeroporto de Istambul, o americano Billy Hayes (Brad Davis) é pego tentando contrabandear dois quilos de haxixe para fora do país, com as drogas presas ao corpo. Dizem que ele será libertado se cooperar com as autoridades na identificação da pessoa que lhe vendeu o haxixe. Os problemas de Billy começam realmente quando, depois dessa assistência, ele foge e é recapturado.
Ele é inicialmente condenado a pouco mais de quatro anos por posse, sem tempo para o crime mais severo de contrabando. O ambiente da prisão é inóspito em todos os sentidos, sob o comando de um guarda sádico chamado Hamidou (Paul L. Smith). Billy faz amizade com alguns dos outros presos e descobre que a única saída é “pegar o expresso da meia-noite” (fugir). Billy ter apenas duas opções: deixar que a prisão, em última análise, literalmente o mate, ou recuperar o controle de sua vida de alguma forma, por qualquer meio disponível.
A trama tomou a crítica e o público de assalto e consagrou Parker no hall dos grandes cineastas.
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Fama (1980)
Na High School de Artes Cênicas da cidade de Nova York, os alunos recebem treinamento especializado que muitas vezes leva ao sucesso como atores, cantores etc. Acompanhamos oito alunos desde o momento em que fazem o teste para entrar na escola, até a graduação. Entre eles estão o atrevido Coco Hernandez, a tímida Doris Finsecker, o sensível Montgomery MacNeil e o ousado e abrasivo Ralph Garcy.
Foi um sucesso instantâneo. Arrecadou US$ 42 milhões nas bilheterias com um custo de US$ 8 milhões. Foi o primeiro filme a ter duas músicas indicadas a Canção Original: a faixa-título e ‘Out Here On My Own’. A primeira saiu com a estatueta.
Fama rendeu uma série de TV spin-off em 1982, produzido pela NBC e teve 6 temporadas. temporadas. Ganhou uma versão para os palcos e um remake em 2009 com recepção pouco entusiasmada.
Pink Floyd – The Wall (1982)
A ópera rock do Pink Floyd ganhou no cinema o que é considerada por muitos sua versão definitiva. Ali nós acompanhamos frame a frame os traumas e neuroses do rock star Pink, aqui interpretado pelo líder da banda Boomtown Rats Bob Geldof. As filmagens foram um pouco conturbadas por conta dos desentendimentos de Parker com Roger Waters, que insistia em determinar os rumos na direção, o que quase fez o cineasta abandonar o projeto.
Michael Seresin dirigiria os segmentos de live-action e Gerald Scarfe, autor das artes do álbum, assumiria os segmentos animados. Os dois não conseguiram ter uma visão coesa do projeto, e Parker, que originalmente iria apenas produzir o filme, assumiu a cadeira de diretor.
Asas da Liberdade (1984)
A Guerra do Vietnã ainda reverberava e a ferida aberta no orgulho americano foi amplamente explorada pelo cinema. Os meninos da Filadélfia Al (um Nicolas Cage despontando) e Birdy (Mathew Modine) se tornaram amigos no ensino médio, apesar da extrema diferença em suas personalidades, sendo Al o extrovertido popular e atlético, Birdy o introvertido anti-social “estranho”. Al deu a Birdy seu apelido por causa de seu fascínio por pássaros, especialmente por voo.
Os dois acabaram de cumprir seu dever de serviço na Guerra do Vietnã e retornaram aos Estados Unidos. Al sofreu alguns ferimentos físicos graves, que demandaram uma cirurgia reconstrutiva no rosto. Birdy, no entanto, voltou do Vietnã aparentemente com cicatrizes emocionais. Ele estava desaparecido por um mês e não fala desde que foi encontrado. Apesar de seus próprios problemas médicos, Al viaja para a instituição onde o amigo está sendo mantido na tentativa de tirá-lo de seu estado quase em coma. Enquanto Al tenta o que pode para ajudar Birdy, ele lida com seu próprio estado mental no pós-guerra.
O tema sensível ganha como adorno uma trilha de Peter Gabriel.
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Coração Satânico (1987)
O novo caso de Harry Angel (Mickey Rourke) é encontrar um homem chamado Johnny Favorite. O problema é que as coisas não são tão simples e Johnny não quer ser encontrado. Só que quanto mais Angel se aprofunda na investigação, mais distante fica da verdade, afundando-se em um mundo obscuro de difícil compreensão.
O ponto alto é a atuação hipnótica de Robert De Niro.
Mississípi em Chamas (1988)
Dois agentes do FBI que investigam o assassinato de trabalhadores dos direitos civis durante os anos 60 tentam violar a conspiração do silêncio em uma pequena cidade do sul, onde a segregação divide preto e branco. O agente mais jovem treinado na escola do FBI se depara com os costumes de seu ex-parceiro do xerife.
Alan Parker envereda pelo terreno pantanoso dos conflitos raciais nos Estados Unidos e nos brinda com uma obra sublime.
The Commitments: Loucos Pela Fama (1991)
Histórias de trajetórias rumo à fama em mãos certas costumam render acertos. E Alan Parker já conhecia bastante a seara por sua experiência com Fama. “The Commitments” é sem sombra de dúvidas o melhor filme sobre música dos anos 90 e um dos melhores dentro da temática “em busca do sucesso”.
Bela adaptação do livro de Roddy Doyle, esta é a história de tumultuada ascensão e queda de uma banda irlandesa de soul, o The Commitments. Com gerenciamento de Jimmy Rabbitte, um revendedor de automóveis desempregado a visão era criar “a banda que mais dá duro do mundo”. Música (muito) boa, humor e ocasionalmente drama são os ingredientes dessa pérola.
Evita (1996)
A crítica se dividiu no lançamento, mas essa adaptação grandiosa do musical da Broadway sobre Eva Perón, primeira dama e mito da Argentina, foi ganhando status com o passar do tempo. A escolha de Madonna para o papel principal agradou a muitos mas irritou os argentinos mais devotos da mãe dos descamisados.
Há de se destacar a boa execução dos números musicais, embora a inédita You Must Love Me – composta especialmente para o filme com claro intuito de faturar um Oscar de Canção – destoe das demais e não acrescente muito. Evita não é um filme perfeito, mas merece destaque por sua ambição.
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Otima materia.
Excelente diretor Alan Parker, vai da comédia ao suspense e ao drama. As dicas são ótimas.
Parabéns, Cézar pela matéria!