Se você está procurando assistir a um filme que lhe dê respostas para questões que lhe afligem, ou algo que lhe faça sentir uma pessoa melhor, passe bem longe de “Os Mercenários 2” (“The Expendables 2”). Aqui, não há a mínima possibilidade de encontrar algo que realmente vá dar um upgrade para a vida de ninguém. Mas, se você só quer passar duas horas dentro da sala de um cinema para se divertir, esse é o filme que você estava esperando há muito tempo.
Na continuação do sucesso de 2010, que foi parcialmente filmado no Brasil e que contava com o maior número de astros de ação por metro quadrado, tudo é maior: tem mais ação, mais brucutus, mais absurdos e, o melhor de tudo: muito mais humor. Especialmente para aqueles que cresceram vibrando com os filmes das séries “Rambo“, “O Exterminador do Futuro“, “Duro de Matar” e outros menos cotados.
Na trama simples, escrita por Richard Wenk e o astro Sylvester Stallone, o grupo liderado por Barney Ross (Stallone), após uma operação mirabolante no Nepal, é convocado pelo agente da CIA Church (Bruce Willis) para recuperar uma carga misteriosa na antiga União Soviética e, assim, pagar uma dívida antiga. A equipe, que conta com boa parte dos integrantes do primeiro filme, tem uma novidade: Billy, o jovem atirador que é interpretado por Liam Hemsworth, de “Jogos Mortais”. Mas também não conta mais com Tool (Mickey Rourke). O ator não quis voltar na sequência e, de certa forma, é uma ausência sentida. Jet Li, que faz Yin Yang, também aparece pouco, o que pode parecer estranho para o público.
Barney também tem que aceitar, a contragosto, a inclusão de última hora de Maggie (Nan Yu), para ajudá-lo a pegar a carga misteriosa. Mas quando os mercenários achavam que estava tudo bem, são surpreendidos por Vilain (Jean-Claude Van Damme, mais caricato do que nunca), que rouba o que eles buscaram e ainda mata um dos membros do grupo. A equipe, então, parte para recuperar o que perdeu e Barney deseja acabar com o seu novo nêmesis.
Com um fiapo de roteiro e cheio de clichês e frases feitas, “Os Mercenários 2” faz o espectador rir na cadeira do cinema com a autoparódia que faz dos atores e seus momentos de glória do passado, que ainda estão frescos na memória do público em geral. A reunião de Stallone, Willis e Arnold Schwarzenegger num mesmo filme (agora com direito a tiros e explosões, no lugar de uma simples conversa, como na primeira parte) é sempre uma satisfação para fãs das produções dos anos 80 e 90. Outro destaque é o ex-He-Man e eterno Drago Dolph Lundgren, que usa a sua falta de expressão para fazer o alívio cômico do filme, especialmente quando seu personagem, o desequilibrado Gunner, confessa ter mestrado em Engenharia Química. A coisa fica mais engraçada porque o ator realmente tem esse título em sua carreira acadêmica!
Mas o melhor de tudo, mesmo, é a participação de Chuck Norris, que sempre surge do nada para salvar a pátria e fazer piada de si mesmo, especialmente do “Chuck Norris Facts”, que ficaram muito populares na internet. Depois que ele surge pela primeira vez, o espectador fica com vontade de vê-lo de novo na história. Já os “garotos” Jason Statham e Terry Crews também rendem bem no filme. Apenas Randy Coulture fica sem muito o que fazer.
A direção de Simon West (de “Con Air”, “A Filha do General” e “Lara Croft – Tomb Raider”) é bem melhor do que a de Stallone no primeiro filme, o que não é nenhuma surpresa, mas também não é de tirar o chapéu. A parte técnica do filme, aliás, não é nada espetacular. Mas talvez isso tenha sido o objetivo dos produtores desde o início, que era fazer uma espécie de tributo aos heróis de ação de 30 anos atrás. E eles conseguiram! Com “Os Mercenários 2”, Stallone e seu elenco de fortões são bem sucedidos ao fazerem piadas sobre quem realmente são sem cair no ridículo. E isso é mais do que um elogio para este filme. Agora, é esperar para ver em que freguesia eles vão aparecer para detonar. Afinal, como diz um dos personagens: “Nada como um clássico”. Mesmo que ele seja trash.
[xrr rating=3/5]










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