Pirataria: uma história de roubos e aventuras

A Pirataria faz parte do início da história do homem descobridor, aquele que é direcionado pela ambição e impiedoso com seu semelhante; que se apodera das riquezas alheias e têm como objetivo único: o poder. Os piratas representam para nós uma espécie de “mito” – apesar de terem existido – que encanta e fascina desde a infância, mas, por outro lado, apresenta uma visão romântica e aventureira que não se encaixa nem nos dias atuais.

Segundo o historiador que trabalhou no filme “Piratas do Caribe – A maldição do Pérola Negra”, Peter Twist, todo aquele “indivíduo” que comete crimes em alto mar, roubo, destruição de propriedade, ou qualquer outro tipo de ataque nos oceanos é praticante da pirataria.“A história de todas as culturas antigas se referem a piratas. A pirataria existe desde que a primeira embarcação zarpou no mar”, ressaltou Twist em uma entrevista dada ao site Net Cinema.

Piratas são recorrentes da história moderna e protagonizaram batalhas ferozes. Em muitas delas lado a lado com os governos, principalmente entre os séculos XVI, XVII e XVIII, quando “convocados” através da Carta do Corso (documento que “legitimava” as ações piratas), para capturar e saquear os navios inimigos. Sua relação era tida como uma espécie de “privatização”, uma vez que não custavam nada ao governo e eram “usados” para danificar a economia do inimigo e entregar uma parte da riqueza conseguida ao rei.

O primeiro registro de ação pirata foi tido no Egito Antigo, século 14 a.C, há quase 3,5 mil anos atrás. Eles roubavam desde as riquezas do Novo Mundo, transportadas em caravelas comandadas por portugueses ou espanhóis do Brasil à Península Ibérica, até a mercadoria transportada no mar do Caribe. À medida que havia o crescimento econômico europeu – e a popularização dos mapas-múndi – aumentava-se o número de piratas e os ataques. Várias nações faziam vista grossa à pirataria, desde que seus próprios navios não fossem atacados.

As tripulações eram formadas por todos os tipos de pessoas, indo de escravos fugitivos até servos sem rumo que levavam a vida num navio da Marinha Real ou da marinha mercante. Para o autor do livro “Os piratas mais perversos da história” (Ed. Planeta), Shelley Klein, muitos marinheiros preferiam a pirataria ao trabalho na Marinha real ou mercante, pois além do pagamento não ser o dos melhores, o tratamento era cruel por parte dos capitães. “Muitos deles eram sádicos e adoravam infligir torturas corporais naqueles que empregavam. Há relatos de espancamentos com vassouras, barras de ferro, punhais e martelos. A bordo de um navio pirata, para alguém ser açoitado ou abandonado em uma ilha deserta era necessário o consentimento de toda a tripulação, não apenas do capitão”, explica Klein em seu livro.

Num navio pirata, a violência era geralmente dirigida aos prisioneiros como intuito primordial de convencê-los a se juntar à tripulação. Uma das vítimas mais ‘importantes’ dos piratas foi o imperador Júlio César, seqüestrado enquanto navegava perto da ilha Pharmacusa.

Segundo relatos, os piratas que capturaram César tinham o costume de amarrar seus prisioneiros dois a dois, de costas, para jogá-los ao mar. Mas, imaginando que César fosse alguém importante, pelas roupas e pela quantidade de escravos que o rodeavam, decidiram cobrar-lhe 3.600 libras pelo resgate. César sorriu e ofereceu o dobro. Os piratas aceitaram e, quando o dinheiro chegou, César foi libertado. Mas, de volta ao trono, sua prioridade era única e exclusivamente de preparar uma poderosa esquadra, capturando seus antigos seqüestradores para saquear suas posses e trancá-los num calabouço.

É interessante analisar que, no ano de 331 a.C., sob ordem de Alexandre, o Grande, um pirata foi interrogado sobre a principal razão de tornarem os mares tão inseguros e sua resposta foi a seguinte: “A mesma razão pela qual vós fazeis estremecer o mundo inteiro. Mas como eu faço o que faço num pequeno navio, eu sou chamado pirata. Como vós fazeis o que fazeis com uma grande armada, vós sois chamado de imperador.” Como diz o “hino da pirataria”: “YO-HO, YO-HO”!

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