“A Possessão do Mal” é mais uma banalização do gênero

O que impede a diluição de um gênero é o desenvolvimento que se faz dele. O terror moderno veio numa toada de filmes que se valem da tecnologia dos tempos modernos como oportunidade de ganchos assustadores. Mas é claro que isso virou lugar comum e a tática de oportunidade virou oportunismo.

A Possessão do Mal é mais uma variação dessa problemática. A premissa seria interessante há uns 15 anos. Hoje soa batida e convencional. Michael King (Shane Johnson, ótimo por sinal), após perder a esposa em um acidente, decide sair de seu luto iniciando um documentário para comprovar que as mais diversas formas de eventos sobrenaturais são uma farsa.

Ateu convicto, ele começa a fazer vários testes, desafiando o sobrenatural e vai ao extremo com isso, realizando todos os tipos de rituais que encontra para forçar qualquer entidade a se mostrar ao mundo desde a cartomante, até necromancia mas, a coisa parece desandar quando ele tenta invocar um demônio em seu próprio corpo.

A narrativa transcorre de maneira documental e a isso se agrega uma (leve) urgência dos fatos transcorridos. Paradoxalmente, isso também torna a trama um tanto artificial, já que a câmera está sempre nos locais pertinentes aos fatos.

A direção de David Jung (que também é o roteirista) é correta, mas permeada de clichês do gênero, como sustos fáceis e efeitos sonoros gratuitos. Percebe-se uma apropriação de referências ligadas ao cinema de David CronembergWilliam Friedkin, mas A Possessão do Mal nada mais é que um mais do mesmo do gênero. Afinal, até para nosso susto, é preciso um tantinho de originalidade…

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