A marca Exterminador do Futuro é tão forte que apesar do fracasso dos dois últimos filmes ainda insistem em explorá-la. A nova tentativa é O Exterminador do Futuro Genesis, do diretor Alan Taylor (que dirigiu “Thor” e episódios das séries “Game of Thrones”, “Boardwalk Empire” e “Mad Men”) um misto de continuação e reboot à moda J.J. Abrams em seu Star Trek.
Na trama, um exterminador é enviado para proteger Sarah Connor bem antes dos eventos do primeiro filme, quando ela ainda era uma criança. Ele a adota e com isso estabelece-se uma nova linha temporal em que Sarah chega aos 19 anos bem diferente da garçonete vivida pela atriz Linda Hammilton há 30 anos; ela agora entende de armas, sabe da guerra do futuro e de seu papel. Quanto ao ciborgue, ele continuou tutelando Sarah depois de adulta, o que explica seu envelhecimento.
A produção chega aos cinemas em julho, mas a Paramount exibiu para a imprensa brasileira 25 minutos do filme. Nós conferimos e contamos para vocês. Alerta: o texto contém spoilers. Se quiser evitá-los pule diretamente para o penúltimo parágrafo (logo abaixo da última imagem) para ler nosso apanhado e considerações.
A prévia a que assistimos se iniciou com uma cena noturna em que Kyle Reese, agora vivido por Jai Courtney, chega em 1984, naquela espécie de bolha que envolve o viajante do tempo, mas como os efeitos especiais hoje estão bem mais avançados vemos mais detalhes do indivíduo em seu interior como se fosse um feto. Assim como no filme original ele se depara com um mendigo de quem lhe rouba as calças. Do outro lado vemos a reprodução da sequência em que o T-800 chega e é desafiado por uma gangue de punks, porém a cena tem um desfecho alternativo: um ciborgue do mesmo modelo, porém mais velho chega e atira no mais jovem, desencadeando um embate entre os “dois” Schwarzeneggers. Essa versão mais jovem do ator impressiona pelo realismo do CGI, mostrando a evolução da tecnologia desde O Exterminador do Futuro: A Salvação de 2009 em que vimos T-800s saindo da fábrica com a aparência do ator no filme de 1984. O milagre é conseguido graças à sobreposição do rosto de Arnold no corpo do fortão Brett Azar. O duelo é uma típica briga de exterminadores que nos acostumamos a ver na franquia: brutal e com muita coisa quebrada, inclusive a calçada. A luta é acompanhada por uma visão subjetiva de uma sniper e descobrimos logo depois que é a jovem Sarah Connor (Emilia Clarke) dessa realidade alternativa na qual se passa o filme. O exterminador mais velho vence e aquele que perseguiu Sarah e John no primeiro filme é abatido.
Seguimos Reese fugindo da polícia da mesma forma que no clássico, mas dentre os policiais está o novo T-1000, que logo se revela. A perseguição na loja de departamentos é recriada meticulosamente, mas com um contexto e desfecho diferente: quando Reese está encurralado pelo T-1000, Sarah adentra a loja pilotando um furgão e diz a clássica frase “venha se quer viver”. É uma inversão de papéis uma vez que no filme original é Reese a frase é proferida por Reese. Diante da hesitação dele, ela brada “vamos, soldado”, frase dita por ela mesma em sua versão anterior. É engraçada a cena em que ele se depara com o velho exterminador, chamado carinhosamente por Sarah de pops (que em inglês pode ser tanto pai quanto vô), e tenta matá-lo acreditando ser o algoz, e é apagado com um leve golpe de sua própria arma dado pelo ciborgue.
A partir daí acompanhamos um pouco da dinâmica entre Sarah e seu “pai” exterminador. O momento alívio cômico fica por conta do lembrete do T-800 de que os dois devem se “acasalar” para gerar John Connor, o futuro líder da resistência humana. Ela replica a visão prática do ciborgue dizendo que para isso deve se apaixonar primeiro. A Sarah Connor dessa realidade alternativa não é uma moça indefesa. Como ela foi criada por um exterminador, ela desenvolveu habilidades de lidar com armas e uma certa frieza. Contudo vemos também alguns traços do rebelde John Connor adolescente de O Exterminador do Futuro 2. Também foi apresentada um cena em flashback de Kyle Reese quando criança durante uma festinha de aniversário. Um dos presentes é uma caixa em que está escrito Genesis, e nos é revelado que essa Genesis que dá nome ao filme é a nova Skynet. Quando Reese acorda, Sarah explica que foi criada uma nova linha temporal, diferente da que ele esperava encontrar, e quando perguntada sobre a aparência madura do ciborgue ela explica que a pele da série T é feita de tecido humano, ou seja, envelhece com o tempo. Uma bela e plausível desculpa para manter Schwarzenegger na franquia aos 67 anos (completa 68 em 30 de julho). E ele vem com uma frase de efeito “velho, mas não obsoleto”.
Na outra metade da prévia assistimos àquela cena diurna de perseguição em uma ponte mostrada nos trailers. Ela se inicia com uma explosão e das chamas sai o endoesqueleto de um novo exterminador nos remetendo ao T-1000 no segundo filme. Esse novo exterminador seria um T-3000 (ainda não confirmado) que já estaria atacando a humanidade desde a outra linha do tempo. Ele toma a forma de John Connor e promete ser a grande surpresa. O trio de protagonistas está a bordo de um ônibus escolar, é uma perseguição de veículos dentro do estilo da franquia. O T-800 é arremessado para um carro de polícia enterrando o rosto no vidro frontal do carro e pede com licença, dê o fora . É mais uma referência aos filmes clássicos, no caso a cena de Exterminador 2 em que o T-1000 atravessa a janela do helicóptero. Daí o novo exterminador tenta sabotar o ônibus em que Sarah e Kyle estão enquanto o T-800 os segue dirigindo o carro da polícia. A sequência termina com o ônibus pendurado na beira da ponte e os dois sendo salvos pelo T-800.
A impressão que fica é que se tratará de um filme que tentará um resgate do prestígio da franquia, perdido após os dois filmes anteriores. Tem humor, ação e muitas referências aos dois filmes de James Cameron, como a indumentária de Sarah Connor que lembra a do T-800 em “Exterminador 2”, frases como “venha comigo se quer viver” e “I’ll be back”, as indefectíveis cenas de perseguição de carros. A cena de perseguição envolvendo o ônibus escolar que vemos no trailer é de tirar o fôlego. O embate entre o exterminador velho e o exterminador jovem, possível graças ao milagre do CGI, dá vontade de aplaudir de pé. Também é muito interessante ver recriadas cenas do primeiro filme como o exterminador abordando um grupo de punks e Kyle Reese fugindo dos policiais na loja de departamento (tem até close no Nike preto), sendo que essas cenas têm desfechos diferentes nessa realidade alternativa.
Nota-se também que este quinto exemplar funciona como De Volta Para O Futuro 2, vemos alguns eventos do primeiro filme sob outra perspectiva ou sendo alterados. Contudo, o excesso de referências e citações aos filmes clássicos podem gerar um efeito dèja vu constante e incômodo se for usado em demasia durante os 119 minutos totais do filme. Fica claro que a ideia é fazer com que o expectador que perdeu os últimos dois títulos da série não se sinta perdido. A estreia será em 2 de julho, quando teremos nossa crítica do filme na íntegra.
Assista ao trailer do filme aqui
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