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Solteiros Com Filhos

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Não adianta, amigos dificilmente tornar-se-ão amantes. Amizade e atração definitivamente não andam juntas, sente-se uma coisa ou outra. Mas cá pra nós: não seria muito mais fácil se nos envolvêssemos romanticamente com um (a) amigo(a)? Pense bem, é uma pessoa que nos conhece bem, sabe todos os nossos gostos, e, principalmente, é confiável e dificilmente iria nos magoar…

Mas como cérebro humano vai à contramão da lógica, atiramo-nos na “emoção” do desconhecido, cruzando os dedos para que dê certo, essa é a graça. Já a ficção vê com muito otimismo a relação amorosa entre amigos, deixando bem claro nas tramas o seu benefício. Recentemente o tema tem aparecido com certa constância em filmes como “Amizade Colorida” e “Sexo Sem Compromisso”. O alvo costuma ser o público feminino jovem/adulto, ali pelos 25 aos 40 e pouco interessado em arrasa-quarteirões como “Os Vingadores” ou “Homem-Aranha”.

“Solteiros Com Filhos” (xzi E.U.A/2011), que estréia nesta sexta, busca justamente esse filão, e de quebra ainda se aproveita da proximidade do dia dos namorados no Brasil.

O que é abordada aqui é a velha questão de estar bem sucedido na carreira, encostando nos 40 e sem ser ter constituído família. Os amigos Julie (Jennifer Westfeldt, de Beijando Jessica Stein e que também assina a direção, produção e roteiro) e Jason (Adam Scott) observam que seus amigos em volta estão todos constituindo famílias, embora os casamentos não sejam exatamente céus de brigadeiro. Logo os dois têm a brilhante idéia de correr contra o relógio biológico e terem um filho, mas sem se casar, assim se poupariam do desgaste da relação e ainda manteriam a amizade. Depois de concebida a criança, em tese, deveria ir um para cada lado, em busca de novos parceiros, mas as coisas não saem tão bem, ainda mais quando Jason apresenta sua incrível nova namorada Mary Jane (Megan Fox estonteante como de hábito, afinal, esse é o único papel que lhe é oferecido).

O tom do filme é bastante descompromissado, ausente de discussões mais profundas que caberiam perfeitamente e sem necessariamente perder o humor (ah se Woody Allen fosse o autor disso aqui…). Jennifer, que estreia na direção, tem como único objetivo fazer uma comédia de costumes leve, contemporânea e divertida. Porém a inverossimilhança traz um certo incômodo. Como já fora dito no primeiro parágrafo, amigos dificilmente se tornarão amantes, e a forma como isso se dá na história é rápida e prática demais, com questionamentos superficiais e superados em uma velocidade incrível e concordância mútua imediata. Isso sem falar na previsibilidade da trama, que até tem boas tiradas no primeiro ato, mas desanda a partir da chegada do rebento, com direito a toda sorte de lugares comuns característicos de um chick flick (filme para mulherzinha).

Longe de encantar, Solteiros Com Filhos será apenas mais uma comédia romântica que servirá como alternativa às super produções que invadem os cinemas nesta época do ano. Diversão ligeira e facilmente esquecível.

[xrr rating=2/5]

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