A franquia Jornada nas Estrelas estava desgastada e sem nehum apelo à nova geração. Sem uma série na tv (a última foi de boa premissa mas um tanto chata) e tendo um recente episódio cinematográfico horrendo, havia dois caminhos para o universo Trek: o fim ou um reboot.
A segunda opção foi bem escolhida e ficou a cargo do midas J.J. Abrams, que fez pela série cinematográfica o mesmo que fizera pela (medíocre) franquia Missão impossível de Tom Cruise, ou seja, adicionou sangue novo e fez cinema com cara de cinema, mas espírito de seriado de tv (que é a origem de ambos), e disso ele entende bem. Já que era para começar de novo, Abrams decidiu voltar no tempo, contar como aquela tripulação da Enterprise, ainda jovem, embarcou em sua primeira missão, como começou a conflituosa relação entre o Capitão Kirk e Spock, tudo isso tendo como argamassa questões humanas pertinentes e abordando ainda viagens no tempo e suas consequências, algo bem familiar para quem acompanha a série Lost.
A escolha de elenco foi muito feliz, Chris Pine é perfeito como o jovem Kirk e Zachary Quinto personifica tão bem o jovem Spock que acreditamos em alguns momentos estarmos vendo Leonard Nimoy na mocidade. O filme é um prato cheio de referências para os Trekkers ou qualquer um que tenha alguma intimidade pelo menos com a série clássica, mas é ótima diversão para leigos em busca de duas horas de boa ficção científica. Foi o primeiro blockbuster do ano e até agora o melhor juntamente com a belíssima animação da Pixar Up. O filme fez tão bonito nas bilheterias que já tem sequência garantida para breve.
SPOILER
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O mais genial de todas as sacadas foi destruir Vulcano. Os leigos não vão sacar, mas a destruição deste planeta vai acabar com o grande problema q ocorreu nos seriados ambientados no século 24: a super tecnologia. Em Voyager, a maioria reclama q os episódios são chatos e a problematica é toda resolvida na base dos “feixes-sincrônicos-de-táquions-ressonantes-desviados-para-o-defletor-alterado-com-tecnologia-borg”. As Temponaves do século 30 apareceram bastante em VOY e cogitou-se de fazer o 5 seriado ambientado lá, só q a tecnologia seria um problema, então o 5º seriado foi um prequel, ambientado no século 22, mas a Guerra Fria Temporal foi utilizada. Mas o q isso tem a ver com a destruição de Vulcano?? Tudo!! Vulcano é/era o centro técnico-científico da Federação, se vc é um boliano gordinho e azulado com vocação p/ cientifica vc vai pra onde? Pra Academia de Ciências de Vulcano! Novos seriados podem ser criados agora, e mesmo q ambientados no século 24 (onde ocorreu Nova Geração, Deep Space 9 e Voyager) não vão ter que seguir o canon tecnológico destes seriados, pois com o reboot provavelmente a maioria da tecnologia não foi/será criada!
Ah…mas o [i]creme de la creme[/i] é a bela NCC 1701 – Enterprise, a “nau dos sonhos do Homem”, singrando o cosmos novamente.