A franquia Jornada nas Estrelas estava desgastada e sem nehum apelo à nova geração. Sem uma série na tv (a última foi de boa premissa mas um tanto chata) e tendo um recente episódio cinematográfico horrendo, havia dois caminhos para o universo Trek: o fim ou um reboot.
A segunda opção foi bem escolhida e ficou a cargo do midas J.J. Abrams, que fez pela série cinematográfica o mesmo que fizera pela (medíocre) franquia Missão impossível de Tom Cruise, ou seja, adicionou sangue novo e fez cinema com cara de cinema, mas espírito de seriado de tv (que é a origem de ambos), e disso ele entende bem. Já que era para começar de novo, Abrams decidiu voltar no tempo, contar como aquela tripulação da Enterprise, ainda jovem, embarcou em sua primeira missão, como começou a conflituosa relação entre o Capitão Kirk e Spock, tudo isso tendo como argamassa questões humanas pertinentes e abordando ainda viagens no tempo e suas consequências, algo bem familiar para quem acompanha a série Lost.
A escolha de elenco foi muito feliz, Chris Pine é perfeito como o jovem Kirk e Zachary Quinto personifica tão bem o jovem Spock que acreditamos em alguns momentos estarmos vendo Leonard Nimoy na mocidade. O filme é um prato cheio de referências para os Trekkers ou qualquer um que tenha alguma intimidade pelo menos com a série clássica, mas é ótima diversão para leigos em busca de duas horas de boa ficção científica. Foi o primeiro blockbuster do ano e até agora o melhor juntamente com a belíssima animação da Pixar Up. O filme fez tão bonito nas bilheterias que já tem sequência garantida para breve.