Atualmente as crianças e jovens são bombardeados por produções puramente comerciais (Harry Potters e Crepúsculos), enquanto isto, a magia da infância se esfacela a favor do doutrina cultural que visa formar os futuros consumidores. Obras que falam da infância com inteligência e criatividade são cada vez mais raros propositalmente, é melhor vender bonecos e games do que incentivar a imaginação.
Finalmente pude assistir Ponte para Terabítia, uma produção mágica que flui no sentido contrário as principais produções infantis da atualidade e, que ainda consegue agradar qualquer adulto. É incrível como o filme agrega se agrega características sedutoras para qualquer idade, temos da inocência infantil a complexidade dos problemas da vida adulta, sem esquecer da conflitante fase adolescente e da descoberta do amor. Mas o que mais fascina é a proposta de instigar as pessoas a buscarem uma realidade além do cotidiano.
Um dos melhores momentos do filme ocorre quando a professora pede aos alunos que assistam um programa de televisão para um trabalho escolar, a protagonista Leslie então explica não possuir aparelho de televisão em casa e é zombada e tratada como uma aberração. Nem mesmo uma pessoa desatenta deixa de perceber a crítica social embutida.
O filme ainda possui méritos por buscar, com suavidade, falar sobre problemas, complexos para os jovens, como por exemplo finanças, violência doméstica, religião e morte. Só que ao invés de fornecer uma escapatória mágica como “As Crônicas de Nárnia” ou Harry Potter, a produção oferece sem deslumbramentos a imaginação como contraponto as dificuldades. O intuíto sem dúvida é sensibilizar a importância da infância para o desenvolvimento pessoal.
Curioso é o fato de Terabítia ser uma ilha do reino de Nárnia, a autora Katherine Paterson diz ter buscado inspiração na obra de C.S. Lewis para escrever o livro, cuja finalidade era justamente ajudar seu filho David a atravessar um momento difícil. Aliás David Paterson, agora crescido, é responsável pela adaptação e produção do filme junto a Lauren Levine. Os dois levaram a adaptação até a Walden Media, mesmo estúdio responsável pelas Crônicas de Nárnia, que topou fazer o projeto com o diretor Gabor Csupo (Rugrats: Os Anjinhos).
Feche os olhos e abra bem sua mente!
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