Zona de Guerra em Hollywood

punisher-war-zone-posterAdaptações de quadrinhos se tornaram a galinha dos ovos de ouro de Hollywood. Duramente criticada pelos gênios das HQs, a mais famosa indústria de cinemas do mundo às vezes consegue reproduzir bons omeletes com esses ovos. Uma pena que pouca gente, em alguns casos, simplesmente não se importam em experimentá-los.

A Zona de Guerra do Justiceiro chegou e com o melhor que o personagem tem a oferecer para seus fãs mais fervorosos. A história aqui não se dá ao luxo de recontar a origem do personagem, já contada no fracasso e altamente criticado Justiceiro, de 2004. Aqui, Frank Castle, interpretado pelo inglês Ray Stevenson, já está há seis anos agindo contra as forças do submundo como um anti-herói dedicado a limpar a “sujeira” de sua cidade, mesmo que esteja agindo absolutamente contra a lei.

Spoilers não serão revelados nesta resenha, mas com certeza vale a pena contar um pouco de história. Castle consegue invadir uma reunião da máfia logo no começo do filme, iniciando o fantástico show de ação que a película oferece. Rastreando o chefe da máfia Gaitano Cesare, Castle parte para sua próxima missão – pegar de vez o mafioso Billy Russoti, que havia escapado do assalto do Justiceiro à reunião. O vigilante acaba frente a frente com Billy e consegue derrubá-lo numa máquina de moer vidros e, ao contrário do que Castle acreditava, o bandido sobrevive, mas fica todo desfigurado.

Além de ter um criminoso iniciando sua vingança sob o nome de Retalho, uma das mortes do assalto acaba sendo de um agente do FBI infiltrado entre os mafiosos, Nicky Donatelli. Isso inicia um drama pessoal na vida de Frank, que vê-se obrigado a lidar com a viúva Angela e sua filha, tornando-se responsável por elas. Mais que isso, um grupo do FBI forma uma força de ataque ao vigilante, querendo sua cabeça numa bandeja para a justiça da cidade.

Em meio a este simples drama e cenas de ação dignas das melhores histórias de Garth Ennis, com miolos pelos ares, membros, sangue e explosões, somados a participações de um dos mais famosos vilões da Marvel (Retalho) e o associado do atirador, Microchip, vemos o grande trabalho de Ray Stevenson. Ele fez um Justiceiro bem encomendado para os fãs, com a pode e a atitude de um assassino de ladrões implacável e sem limites. Fica claro que ele não tem muita vocação para a parte dramática da história, mas isso acaba sendo altamente balanceado por sua atuação em cenas de ação e violência, nas quais ele simplesmente encarna o personagem em seus melhores dias – ou piores dependendo do seu ponto de vista.

Infelizmente o filme não bem tratado por críticos, nem por muitos fãs que acabaram nem se interessando em apreciar o primeiro filme sob o selo Marvel Knights, voltado ao público adulto. Apenas 9 milhões de dólares foram arrecadados no mundo todo, contra 22 milhões de custo de sua produção. Obviamente, a série de problemas que rondaram sua produção (mudanças de diretor, produtor, ator e muito mais), somados à data de estréia do filme (dezembro é uma péssima data para filmes desse tipo lá fora), só trouxeram desalento a uma produção que, ironicamente, não teve justiça a seu favor.

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The Punisher: War Zone (Justiceiro: Zona de Guerra) deve ser lançado em DVD em março nos EUA e só e dezembro no Brasil.

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