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Bitscópio: Homeworld

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A coluna dessa semana nos traz o primeiro RTS em 3D feito para os computadores e videogames: Homeworld (1999), da Relic. Uma verdadeira odisséia espacial de uma civilização que descobre uma gigantesca nave em seu planeta natal. A desenterra e põe em serviço, e acaba invadindo o território de outra e inadvertidamente, desencadeando uma guerra que extermina, logo no início do jogo, o planeta natal da sua civilização. Daí em diante, sua nave e tripulação são os únicos que poderão vingar toda sua raça e, ao mesmo tempo, encontrar um novo lugar para ser escolhido como planeta natal.

Logo no início, o tutorial nos ensina a pensar em três dimensões, saindo da mesmice base/altura vista até então nos jogos. Afinal, estamos no espaço e uma terceira dimensão era obrigatória, dando maior amplitude e criando novas estratégias de combate.

A primeira missão basicamente mostra a primeira viagem de sua nave mãe, indo de encontro a um transporte, lançado anos antes em velocidade sub-luz para servir como ponto de encontro a sua nave viajando à velocidade da luz. Porém, quando este é encontrado, o que se vê é apenas destruição, e um grupo de naves não identificadas surge e começa a atacar sua frota. Conseguindo fugir e voltando para seu planeta, o que se vê é apenas destruição e morte.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=CXNQNeLDg5s[/youtube]

A música de Samuel Barber, Adagio For Strings, serve para deixar a cena ainda mais emocional. Uma raça toda morta sem qualquer razão plausível e, ainda assim, eles continuam lhe atacando, querendo te exterminar totalmente. Então, só resta fugir e tentar entender tudo, reagrupar suas forças e interrogar os inimigos capturados. Segundo eles, um acordo de 4000 anos havia sido quebrado quando sua civilização desenvolve a tecnologia de entrar no hiperespaço.

Esta ópera espacial só vai criando camadas e camadas de história, nos apresentando a uma raça de comerciantes totalmente neutra em relação àquela que está lhe caçando e outra que considera uma nebulosa seu santuário sagrado, onde todos que passam são destruídos. Os combates neste santuário, chamado Jardins de Kadesh são os mais ferrenhos, e podem lhe matar mais rapidamente caso não seja tudo feito corretamente e o domínio sobre os controles não seja total. Por diversas vezes, percebi que dependendo de como havia feito duas ou três fases antes, elas seriam mais ou menos fáceis de tocar.

A pesquisa e construção de novas naves é primordial, especialmente perto do fim, quando as naves pesadas com canhões iônicos são obrigatórias para o mínimo a defesa da frota, bem como o desenvolvimento dos sensores ajuda a proteger suas naves de ataques surpresas.

Jogabilidade

Se lembram daqueles antigos jogos de Real Time Strategy, como Dune ou Warcraft, em que se via tudo de cima e tinha que se selecionar a unidade e mandar para um ponto fazer algo, ou selecionar um prédio para mandar construir e outro para pesquisar? Bem, aqui tudo muda de figura.

Primeiro, as janelas de pesquisa ficam todas escondidas numa barra inferior que pode ser chamada ao apertar a barra de espaço ou em atalhos do teclado. Todas as opções de manejamento ficam nessa tela, facilitando a vida do jogador e permitindo que, enquanto nela, baste um toque para visualizar o mapa ao seu redor com os pontos de interesse.

Esse mapa de navegação é o seu principal aliado e deve receber extrema atenção logo no começo, pois é nele que 90% das navegações serão feitas, podendo dizer para suas naves andarem tanto no mesmo nível, quanto subir e descer, o que é inclusive uma das melhores estratégias para posicionamento de sensores e esquadrões de caça. Isso sem contar que marcar grupos específicos com atalhos no teclado é essencial para sobreviver, já que tem horas onde a tela fica tão lotada de objetos em combate que é complicado selecionar aquela unidade em específico.

Uma das melhores estratégias chama-se diversão e captura, em que grandes grupos de caças leves chamam a atenção das naves capitais pesadas enquanto suas corvetas de abordagem (salvage corvettes) se prendem com as naves inimigas e as sequestram, levando para sua nave mãe ou carriers e roubando eles para sua esquadra. Em dado momento, a quantidade de naves pode se tornar quase impossível de manejar, tendo-se em vista o enorme número destas disponíveis.

Falando de manejamento, as formações e posturas de combate são essenciais para a vitória. Desde formações defensivas ao redor da nave mãe até grupos de escolta das naves capitais que estão em ataque, criando cenas fantásticas com um grande agrupamento de naves pesadas avançando, e cada uma delas sendo escoltada por pequenos grupos com ordens específicas, podendo cada um adotar posturas agressivas, neutras ou defensivas. As defensivas gastam mais combustível das naves pequenas, mas as tornam mais ágeis, dificultando que sejam acertadas. Para as naves capitais, isso implica em movimentação maior ou menor ao redor do alvo.

Adotar uma postura agressiva é basicamente falar: “Atirem à vontade enquanto parados”. Muitos danos e grandes chances de perder naves, essa é aquela típica situação em que se tem a vantagem no combate para acabar rápido com ele. Lembram-se daquelas corvetas de abordagem que eu falei lá em cima? Elas tem que ficar sempre no defensivo, porque elas não atacam. Ou seja, velocidade é primordial.

On Line

Os jogos online com até 8 jogadores em arenas espaciais gigantescas podiam durar uma boa hora e tanto se os jogadores não assumissem alianças. A queda de um implicava que logo o próximo alvo poderia ser você, por isso normalmente os rushers poderiam fazer as primeiras vítimas, mas logo eram aniquilados por quem erguia uma frota de naves capitais pesadas contra as corvetas e caças leves deles.

Skirmish

Para aqueles que querem ver até onde conseguem ir, existe um mode skirmish em que se pode manipular tudo, desde a quantidade de inimigos, recursos, pesquisa e a IA que será usada contra você, inclusive modificando a ferocidade com que o computador irá para cima dos humanos. É um verdadeiro teste de sobrevivência nas dificuldades mais altas, mas um ótimo passatempo nas mais baixas, já que há tempo de sobra para se pensar nas estratégias, pesquisar, e construir naves.

Após o sucesso do primeiro, foi lançado Homeworld: Cataclysm e alguns anos depois, em 2003, a Relic lançou Homeworld 2, duas continuações no mesmo nível do primeiro, e uma nova sequência havia sido planejada, mas nada até o momento. Outro que os fãs de Homeworld gostam de citar como uma continuação da tradição criada pelo jogo é Sins of a Solar Empire, que tem uma jogabilidade um pouco mais lenta e com uma árvore de pesquisa mais complexa, mas tão bom quanto qualquer um destes jogos.

Até hoje é possível de se encontrar este jogo para comprar em lojas on-line brasileiras, já que ele faz parte daquela coleção de best sellers que não sai de linha, e está mais do que merecida essa posição.

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2 Comentários

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