Plataforma: PC, PS3 e X-Box 360 |
Gênero: Action |
Selo: 2K Games |
Desenvolvedora: 2K Czeh |
Lançamento: 24de Agosto de 2010 |
A primeira coisa que tem de ficar clara para alguém que procura informações sobre Mafia II é que este jogo não é GTA IV nas décadas de 40 e 50. É importante que passemos essa informação, por que a impressão que temos é que o jogo vem sendo vendido como uma sólida e moderna experiência de mundo aberto no cenário doPoderoso Chefão. Isto é uma inverdade, e por mais estranho que pareça, Mafia II se assemelha bem mais a jogos como Uncharted, tamanha a sua linearidade, do que com qualquer outro título da Rockstar games.
Jogabilidade
Mafia II, não se arrisca muito aqui, temos um sólido shooter em terceira pessoa que realmente não acrescenta muito ao gênero. A mecânica de esperar a vida voltar atrás de uma cobertura para sair e atirar norteia praticamente todos os combates do jogo. Isso não é de todo ruim, já que os botões são responsivos e as armas são bem diferentes daquelas usadas em games modernos, é sempre um enorme prazer usar uma Tommy Gun (Thompson) com munição tambor, matar um maldito delator e depois ajeitar o terno italiano da mais alta costura.
Uma surpresa agradável e inesperada é o sistema de combate desarmado, simples, mas que tem um certo grau de densidade ausente nos demais jogos deste gênero. Com dois botões de intensidade de socos, um botão de bloqueio e um de agarrão. A combinação é capaz de orquestrar verdadeiros combates individuais cinemáticos, onde os oponentes verdadeiramente dançam em volta um do outro esperando uma brecha na defesa do adversário.
Por fim, temos os carros. E que carros! Nos anos 40 eles são todos muito bonitos e elegantes, mas poucos realmente tem muita velocidade ou boa capacidade em curvas. No momento onde o jogo pula para década seguinte, estamos em plena era do Rock’n Roll e dos cadilaques envenenados, e dirigir se torna ainda mais prazeroso. Em sua maioria, os controles de veículo do jogo são responsivos e funcionais, mas também não fogem muito do básico criado pelo gênero.
História (com alguns spoilers do começo do jogo)
Sem dúvidas a história é o ponto forte do jogo, e um grande motivador. Em Mafia II temos a chance de conhecer a vida de Vito Scalleta, um filho de Sicilianos criado nos Estados Unidos durante a primeira metade do século XX. Um pouco depois de completar seus dezoito anos, o jovem e seu melhor amigo Joe Barbaro se envolvem no roubo de uma joalheria. Tudo corre errado quando a polícia chega e Vito acaba preso. Com medo de envergonhar a família, o garoto escolhe um caminho alternativo a prisão, ele é enviado para lutar na segunda guerra mundial na invasão da Itália. O jogo começa aqui, um fantástico tutorial no meio de uma batalha bastante realista.
Vito ajuda as tropas americanas a conquistar a pequena cidade, mas acaba ferido e graças a isso é enviado de volta a América. E aqui realmente é onde o jogo começa. Ao chegar em Empire Bay (na verdade Nova York), Vito descobre que seu pai deixou uma dívida gigantesca antes de morrer e agora sua irmã e sua mãe vem sofrendo ameaças. A única solução para arranjar dinheiro? Se juntar ao seu amigo Joe Barbaro, que enquanto você esteve fora se envolveu ainda mais na criminalidade, e trabalhar para a Máfia.
Uma história de início simples e familiar, mas que cresce para se tornar um grande conto a respeito dos maiores gangsters do século passado. Certamente o melhor aspecto do jogo, pois instiga você a continuar. Vale dizer, no entanto, que o jogador não tem tanta participação na mesma, não existem múltiplas escolhas e tudo segue um roteiro bastante linear. Ainda sim é bom roteiro, então não temos do que reclamar a esse respeito.
Apresentação
Os gráficos do jogo são muito bonitos e consistentes, sendo um dos aspectos mais fortes do título. Os modelos humanos, seja nas cutsc
enes (que usam a engine do game) ou durante as missões, são críveis e realistas, sendo capazes de demonstrar uma variedade de emoções diferentes. A única crítica nesse sentido fica nos tecidos, como os sobretudos, que parecem muito mais duros do que deveriam ser (principalmente se compararmos com as roupas de Red Dead Rendemption).
A cidade é um destaque a parte, fervilhando de belíssimos modelos arquitetônicos dos anos 40 e 50. Uma coisa bem interessante é justamente a mudança completa do cenário, quando pulamos a década, que pode ser vista, na moda, nos carros e nos prédios. Vale dizer que fui assombrado por um pensamento recorrente, Arkham City, a continuação do maravilhoso Arkham Asylumtem muito que se inspirar deste visual.
Os carros também são um espetáculo a parte, e um poderoso elemento visual do jogo. Eles são tão legais e interessantes que dá vontade de salvar todos em sua garagem. Os efeitos físicos pelos quais eles acabam submetidos, através da alta velocidade e das batidas são igualmente instigantes.
A cinemática do jogo é espetacular, pela união de um bom roteiro com uma boa direção de arte. Várias cenas são mostradas a partir de ângulos incomuns ao games e que flertam com a cinematografia de anos passados, o que dá um toque bastante especial ao jogo. As dublagens também são perfeitas e na grande maioria das vezes não soam forçadas, a exceção vai para alguns poucos sotaques italianos.
Por fim, a trilha sonora do jogo é estrelar. Poucos games possuem um repertório tão bom quanto esse (na verdade o único que eu lembro é Fallout), com o melhor do Jazz dos anos 40 e o mais divertido do Rock dos anos 50 (e tem tudo, de Bill Haley a Little Richards). De longe uma das coisas mais prazerosas do jogo é entrar no carro em um momento forte do jogo e a música casar perfeitamente com ele, como quando ouvimos Long Tall Sally logo depois de arrasar a gangue de brilhantina e roubar seus cadilaques.
Considerações finais
Como falei no início desta resenha, Mafia II é um falso jogo de mundo aberto. Quando começamos a participar de sua história vemos essa imensa cidade completamente exposta para que a exploremos, infelizmente, não demora muito parta percebermos que não existem outras missões ou distrações fora da história principal do jogo. O que acaba matando um pouco a cidade é o fato de que ela está toda ali, um mapa imenso e bem desenhado, mas se encontra completamente vazia, não podemos entrar em praticamente nenhum prédio ou interagir com alguém de fora da história. O jogo acaba se tornando o grande e sozinho mundo de Vito Scaletta e não a cidade vibrante e densa que vimos em GTA IV ou Red Dead Rendeptiom.
Ainda que este aspecto não transforme Máfia II em um jogo ruim, ele tira completamente a necessidade de se continuar jogando o mesmo uma vez que você já o terminou. Em uma cidade tão bem feita e gigantesca isso só pode ser uma pena. O jogo teria um outro peso se a 2k Games tivesse se preocupado em polir um pouco mais seu título e deixar Empire Bay um lugar mais denso, as vezes até mesmo adicionar um modo multiplayer simples, mas que mantivesse os jogadores interessados no jogo depois que eles terminassem.
Concluindo, se você busca por uma boa história ou gosta do tema de mafiosos e poderosas famílias criminosas, Máfia II é um jogo que você realmente deveria experimentar, mas se seu foco é experimentar a sensação de viver em uma cidade da década de 40, esqueça, pois todo o foco do jogo é na vida criminosa de Vito Scaletta.
Apresentação: 4/5 |
Enredo: 4/5 |
Jogabilidade: 3/5 |
Fator Replay: 2/5 |
[xrr rating=3.3/5] |
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