Se você foi criança nos anos 90, você cm certeza sabe o que era aquele porco-espinho azul que pulava em cima das coisas pra poder destruí-las e ficava embasbacado com a rapidez daquilo. Provavelmente ainda diria, ” Nooosa que maneiro!”.
Certamente, deve lembrar-se de alguma vez ter visto ou escutado sobre um anão com um machado, uma ruiva com uma espada e um bárbaro à la Conan viajando por ai em cima de dragões, matando esqueletos e chutando duendes azuis em busca de frascos de vidro que curavam ferimentos e davam poderes mágicos.
Se você sentiu-se nostálgico agora, então devo lhe dizer que você, assim como eu, viveu uma das maiores glórias dos anos 90, você jogou Mega Drive. E devo lhe informar que ele está de aniversário.
Não se espante, é super normal agora, pra quem está na faixa dos seus 20-30 anos, relembrar as tardes saudosistas na casa de algum amigo, reunindo um pessoal bacana e se esforçando para juntos zerar um jogo estranho onde Zeus (?) ressuscitava dois mortais para buscar sua filha das garras de Hades e lhes dava o poder de chutar carneiros (ou eram porcos?) e absorvendo sua “esfera de poder” transformar-se em lobisomens, homens-tigre, dragões e homens-urso.
Pois é , e se você envelheceu , saiba que aquele seu velho amigo de infância também o fez e hoje 29 de outubro, completa 20 anos de existência,, tendo iniciado sua vida no Japão em 1988. Quando foi lançado pela Sega nos EUA, em 14 de outubro de 1990, o Mega Drive recebeu o nome de Gênesis. Em 20 de novembro, do mesmo ano,foi lançado na Europa. O nome Gênesis foi assim usado porque a Sega não conseguiu comprar a licença que na época já era usada por outra empresa.
Na mesma época em que foi lançado, o Mega Drive fazia concorrência forte ao console de 16 Bits da Nintendo, o Super Nintendo, de uma forma nunca antes, nem depois, vista no mundo dos games. Quem viveu aquela época viu ou vivenciou a discussão que era em prol de saber qual console era melhor, ou qual versão de Street Figther ou Mortal Kombat III estava mais bem feita. Eu sempre defendi o Mega Drive, até porque me lembro de meu pai não ter dinheiro para comprar mais de um, então fiquei com o Mega Drive que ele me comprou de aniversário por muitos e muitos anos…
Os pontos fortes e fracos dessa disputa acirrada eram bem curiosos e que provavelmente nós, na época pirralho, nem poderíamos ter imaginado. A Nintendo possuía a licença de quase todos os jogos de arcade que existiam, então a Sega apostou em nomes famosos para criar os seus jogos exclusivos. Moonwalker, com Michel Jackson e Super Mônaco GP, com Ayrton Senna são os mais famosos exemplos, mas a disputa final se deu com o grande duelo de todos: Mario vs. Sonic.
De todos os mascotes que se possa imaginar, não há dupla mais antagonicamente clássica do que essa. Nem mesmo os consoles mais evoluídos (do Playstation em diante) conseguiram criar ícones tão enraizados quanto estes. Que me perdoem Crash Bandicoot e Pikachu, mas não dá pra comparar o peso que estes mantém até hoje no mercado de games, tendo várias e inúmeras versões, Mario possuía a versatilidade de apresentar-se em vários estilos: Mario Kart, Mario Paint e etc, porém não conseguia desbancar o charme do porco-espinho e seus personagens de apoio, Tails e Knuckles.
Através do tempo, podemos dizer que a Era Dourada do Mega Drive se deu entre os anos de 1992 e 1993, com o lançamento de Sonic 2, Prince of Persia, Super Street Fighter II: Champion Edition. Entretanto, voltando um pouco ao assunto Mortal Kombat, deve-se colocar aqui que foi neste mesmo ano que foram lançadas as versões para ambos e a do Mega Drive possuía fatalities e sangue vermelho. Na versão do Super Nintendo, coitado, o sangue não exista e os fatalities foram trocados por golpes “menos violentos”…
Infelizmente os acessórios do Mega Drive não emplacaram. Quem não se lembra do Sega CD e do 32X ? O Sega CD, que era acoplado ao lado do vídeo-game, teoricamente pretendia ter jogos que rodassem com mais velocidade e melhores gráficos porém careceu de jogos bons.
O 32X, que dava a capacidade de rodar jogos com gráficos poligonais (Virtua Fighter), foi um fracasso de vendas maior ainda: vendeu apenas 200 mil unidades no mundo todo.
No Brasil, a Tec Toy é a responsável pelo licenciamento e produção do console, com… hã… uma vontade de sobreviver férrea, eu diria. Com 3 versões diferente lançadas, que nada mudavam além do design externo do console, a empresa chegou a produzir pérolas como Turma da Mônica na Terra dos Monstros, Duke Nukem 3D, Férias Frustradas do Pica-Pau e as duas versões de Show do Milhão. Francamente, as vezes é necessário saber admitir a derrota ou falência para não se expor ao ridículo. Alguém avisa a Tec Toy por mim, fazendo favor?
Nem tudo entretanto são lágrimas em relação à Tec Toy, mas sim um funesto ato de falta de bom senso. Pelo menos estima-se que foram vendidos 2 milhões de consoles no Brasil, chegando até mesmo a ter uma edição especial com 86 jogos, incluídas aí, versões adaptadas de jogos para celular de Need for Speed Pro Street e The Sims 2.
Além do console, há no Brasil uma banda que toca exclusivamente músicas adaptadas dos clássicos do Mega Drive. O nome da banda é Mega Driver e além de apresentações por todo o país, inclusive com direito à show de abertura no Vídeo Games Live deste ano, também disponibiliza gratuitamente em seu site toda a trilha sonora feita por eles. Curioso saber que eles transformaram o console em guitarra.
Este foi um dos maiores ícones dos anos 90, e ponho minha cara à tapa se ele não aparecer em um “Almanaque dos Anos 90”.
” Eu ainda pego este Sonic!” – Doctor Robotinick