Terminei de ler Breganejo Blues em uma semana, não por ser uma leitura demorada, foi mais por falta de tempo mesmo.
Adorei. 🙂
Acredito que pros que não sofrem, como eu, de sonolência crônica e conseguem passar horas a fio lendo atentamente, seja possível ler toda a história em no máximo umas 4 horas.
Trata-se de uma leitura dinâmica que prende a atenção do leitor, não deixando que este se canse de sua narrativa que intercala rápidos e bem humorados diálogos, com breves intervenções do narrador, que também insere algumas análises jocosas sobre o que vê.
Outro aspécto que torna a leitura tão interessante é o admitido “…total desprezo pelo acordo ortográfico da língua portuguesa.”.
A “Novela trezoitão” é uma versão debochada de uma investigação com um quê de noir, misturado com cowboy e situada em São Luís no Maranhão, terra natal do autor Bruno Azevêdo.
O detetive/taxista narra sua investigação sobre a morte forjada de um dos membros de uma dupla sertaneja e se vendo em meio a um estranho triângulo amoroso. Sempre seguindo os conselhos de seu mestre Bechara.
Bechara surge logo no início na forma de um anúncio, tal qual aqueles antigos cursos por correspondência do Instituto Brasil que costumavam figurar em muitos gibis. Vários outros anúncios surgem ao longo do livro, com alguma relação ao que está se passando na história, mas principalmente pontuando as cenas e nos inserindo mais ainda neste universo retratado porBruno Azevêdo. Um universo meio tosco e muito familiar a nós brasileiros.
Algumas tiras de Tex também contribuem da mesma forma que os anúncios, e se inserem mais na narrativa já que o detetive é fã de Tex Willer e o cita frequentemente. Mas não é apenas ai que a influência do fumetti termina. O livro foi impresso num formato semelhante ao dos gibis de faroeste, em papel jornal, e a capa em cartão trazendo uma ilustração de Julio Shimamoto, que dispensa apresentações.
E como o mundo é um bicho teórico, os que não arriscam gastar R$15,00 no livro, podem fazer o download de uma prévia aqui.
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