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Especial Camelot: Mulheres Arthurianas – desenhistas de destinos heróicos

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“Mulheres, como elas assombram esta narrativa!” – é assim que Bernard Cornwell inicia seu romance “Excalibur”, o último volume da trilogia sobre a lendária figura do Rei Arthur. E não foi só ele a perceber o peso do lado feminino nos contos sobre o Rei Arthur.

“As Brumas de Avalon”, por exemplo, conta a história do Rei Arthur a partir da perspectiva das mulheres que faziam parte de sua vida. Igraine, por exemplo, é a mãe de Arthur, uma sacerdotisa que era casada com Gorlois, o Duque da Cornualha. Para salvar o Reino, ela se envolveu com Uther Pendragon que não era seu marido, mas que, segundo suas visões a mostravam, seria ele o pai de Arthur, o futuro Rei da Grã-Bretanha.

Igraine tinha uma filha de seu primeiro casamento com Gorlois,  Morgana Le Fey, que tornou-se sacerdotisa, assim como sua mãe. Uma feiticeira, ou fada, que participou de um ritual de acasalamento no qual seu parceiro se revelaria mais tarde ser seu próprio irmão Arthur. Morgana, então, estava grávida de seu próprio irmão!

Morgause é irmã de Igraine e, portanto, tia de Morgana e Arthur. Uma mulher ambiciosa e determinada que almeja ter o Reino da Grã-Bretanha sob seu poder. Para tal, ela cuida do filho da relação incestuosa dos irmãos, Mordred, que viria a planejar um atentado contra o Reinado de Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda.

Viviane, a Dama do Lago: junto com Merlin, ela tinha o destino de todos traçado nas palmas de suas mãos. Foi Viviane, a mãe de Lancelot, quem entregou Excalibur a Arthur, a espada símbolo da união e do tempo de paz e otimismo que iria se espalhar pelo Reino por um tempo.

A princesa Guinevere, mulher de Arthur, também transformou o destino dos homens e do Reino da Grã-Bretanha por conta de suas escolhas. Guinevere era apaixonada por Lancelot, um dos melhores e mais fiéis homens do exército de Arthur, que correspondia a esta paixão. Cristã e devota, ela fica entre o pecado e a tentação, mas acaba por ceder à tentação e, junto com seu amado, é expulsa do Reino e considerada traidora.

Pode-se encontrar milhares de diferentes histórias sobre o Rei Arthur e, por isso, é impossível chegarmos a um veredito final sobre o que realmente aconteceu em (e a) Camelot. Porém, todas essas histórias mostram que as mulheres são de extrema importância no desenrolar dos acontecimentos e estão ligadas a estes heróis desde o nascimento até a morte. São elas que estarão tecendo os fios deste enorme emaranhado.

De certa maneira, podemos dizer que as mulheres arthurianas fazem parte da formação da identidade dos heróis. As mães, como Igraine e Morgana, são imprescindíveis à predestinação de Arthur e Mordred, seu filho que viria a tentar tomar seu lugar. São as mulheres também que protegem e transmitem, através da magia, mensagens que salvam a vida dos guerreiros (como Igraine, que conseguiu alertar Uther de um ataque que o haveria matado e se assim fosse, Arthur não haveria nem nascido). Viviane, por exemplo, foi a responsável por entregar a Excalibur a Arthur. Sem a Dama do Lago, portanto, o Rei talvez não teria a espada mais famosa, um dos símbolos da lenda que a torna conhecida  ao redor do mundo.

As mulheres representam a beleza, o encanto, mas também podem se apresentar na forma de tentação, pecado, prisão. Essa dualidade característica do sexo feminino está presente nos vários “reza a lenda” de Arthur. As mulheres são como espelhos para os heróis, diante dos quais eles se deparam, refletem e tomam suas decisões, tecem seus caminhos. Fadas, donzelas, damas, rainhas, todas têm este poder, cada uma à sua especial maneira.

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