Na mesa Poesia em 2015, de quinta-feira, mediada por Carlito Azevedo, o carioca Mariano Marovatto, que lança na Flip sua terceira coletânea de poesias, Casa, pela7Letras, dialoga com a portuguesa de sotaque carioca Matilde Campillo, que lança no Brasil seu primeiro livro, Jóquei, pela Editora 34, sobre as dificuldades (e delícias) de fazer poesia. Ambos falam sobre seus percursos acadêmicos e vivências com o fazer poético.
O diálogo, que teve participação importante de Carlito Azevedo com tiradas geniais, foi entremeado por leituras de poesias de ambos, e é possível ver um acento mais intimista, no caso de Marovatto, nos versos de Casa (“o mundo cabe numa gaveta”). Matilde Campillo, que viveu por 3 anos no Brasil, constrói seus versos como se fossem uma espécie de deriva peripatética por ruas e memórias, em que a mescla entre observações e tipos, cenários e atos, imbrica-se com a afetividade de vivências compartilhadas.
Ao falarem sobre a escolha da poesia e o dizer-se poeta e a apresentação da profissão de poeta em outras cidades, com amigos que não vemos há muito tempo e no preenchimento de fichas, Marovatto fala sobre o soneto, no Brasil, não pagar nem uma cerveja. Mas a portuguesa, que lia seus textos com sotaque português e falava de si em carro quê, assinalou que é preciso “defender os nossos filhos, o nosso trabalho”, e não se constrange em se dizer poeta ao encontrar um velho amigo e responder à pergunta sobre o que você anda fazendo.
Marovatto é também cantor e compositor e lançou recentemente As quatro estações (Cobogó), livro sobre o álbum homônimo da banda Legião Urbana.
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