Um dos grandes nomes da fotografia nacional, o carioca Marcos Hermes reuniu cliques dos seus quase 30 anos de carreira registrando ícones da música nacional em um livro tão diverso quanto os ritmos encontrados no Brasil: Brasilerô.
— A ideia do livro começou no aniversário de 90 anos do Dorival Caymmi (2004). Já tinha 20 anos de carreira e trabalhado com muita gente (Caetano, Gil, Sepultura, Ney Matogrosso). Nesse dia tive um insight do conceito. De juntar as imagens de forma eclética, para ajudar a desmistificar que a música brasileira é só MPB — explicou Marcos.
São 224 páginas de imagens que mostram a excelência de um trabalho que começou nos anos 1990 — publicando fotos, escrevendo em fanzines musicais e passando por jornais diários, como O Dia e Jornal de Hoje. As lentes de Hermes eternizaram momentos de ícones como Legião Urbana, Criolo, Tim Maia, Sepultura, Cássia Eller, Dorival Caymmi, Anitta, Sorriso Maroto, Pabllo Vittar, Ney Matogrosso, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Novos Baianos, Liniker, Moraes Moreira, Sandy & Júnior, O Rappa, Elza Soares e Marisa Monte, entre muitos outros.
Amigos de estrada
Com suas fotos ilustrando mais de 700 capas de CDs e DVDs, Hermes colecionou amigos durante essa caminhada, como Ney Matogrosso, que ilustra a imagem de capa (tirada em 1999) e Cássia Eller, para quem produziu o material promocional do Acústico MTV (2001).
— Colaboro com o Ney faz 18 anos. Ele é o artista que resume o que é a nossa música. É um artista muito original e respeitado por todos os músicos, de todas as vertentes, seja rock, heavy metal, bossa nova, sertanejo ou MPB. Por isso escolhi uma foto dele para a capa do livro. Um verdadeiro camaleão. Já a Cássia foi um furacão que passou na minha vida. O pouco tempo que tivemos juntos foi muito intenso. Ela era uma pessoa muito especial, e me marcou muito — disse.
Produção independente
Mas transformar o sonho em realidade não foi fácil. Apesar do reconhecimento profissional e do material de altíssima qualidade, Hermes teve que seguir o caminho do crowdfunding para levantar a verba necessária para o lançamento de Brasilerô.
— Valeu demais, apesar das dificuldades logísticas. Da tiragem inicial, de mil cópias, restam menos de 500, em pouquíssimo tempo de lançamento — comemorou o fotógrafo.
Digital ou película?
Hermes é uma daquelas pessoas que abraçam a tecnologia. Nada de puritanismos ou preconceitos em relação aos registros.
— Qualquer foto, seja feita com uma máquina profissional ou um celular, está valendo. Não há como ignorar a força das redes sociais e as suas necessidades e oportunidades — explicou.
Parte II
Enquanto curte o sucesso de Brasilerô, Marcos Hermes já faz planos para a edição de um segundo volume.
— Estou preparando um segundo volume, já que neste primeiro não consegui incluir muita coisa que queria.
Tinha planos para lançar o livro com 330 páginas. Acabou saindo com 224. Mas já tenho 30% do próximo livro com layout pronto — revelou Marcos Hermes.
Onde comprar
No momento, a única maneira de adquirir o Brasilerô é diretamente no site do fotógrafo/autor, que está fechando uma parceria para distribuir o livro em todo o país.
Ficha técnica
Brasilerô
Número de páginas: 224
Preço: R$ 150