Quando um autor faz muito sucesso, como Dan Brown e suas mais de 25 milhões de cópias vendidas com “O Código Da Vinci”, os fãs ficam sempre esperançosos por mais e mais. Cria-se uma expectativa absurda no próximo lançamento o que pode vir a ser algo bom ou ruim.
Cinco anos após o lançamento de seu último livro, Brown presenteia os fãs com “Inferno” – Editora Arqueiro, 448 páginas – nova obra baseada no famoso texto “A Divina Comédia” de Dante Alighieri que narra sua descida ao inferno, passando por diferentes níveis de provações e torturas, até chegar ao paraíso.
Dessa vez o Professor Robert Langdon está em uma caçada frenética em busca de respostas das quais ele não sabe ao certo as perguntas. Acontece que Robert está sofrendo de amnésia temporária e acorda numa cama de hospital sem saber direito como foi parar ali. Para completar, seu médico só fala italiano o que o deixa ainda mais confuso. Para ajudá-lo surge uma linda médica que se apresenta como Sienna Brooks, que fala inglês fluente e explica a Langdon que ele sofreu um acidente e por isso se encontra ali no hospital. O hospital em si fica nada mais nada menos que em Florença. Langdon não tem nenhuma recordação das últimas 36h e de como acabou parando na Itália. Mas, mal ele começa a juntar algumas peças, uma estranha figura adentra o hospital a sua procura e distribuindo tiros. Ele consegue fugir com a ajuda de Sienna que o leva até seu apartamento.
Um pouco mais calmo, Robert começa a ter alucinações com uma senhora de longos cabelos prateados que lhe diz: “buscas e encontrarás.” O que essas palavras querem dizer, ele não sabe. Só sente que precisa ajudá-la. Eis então que Sienna encontra um estranho artefato costurado em seu casaco. É um cilindro, com inscrições nas laterais e que parece conter algo em seu interior. Após muito discutirem, Langdon sacode o objeto que se acende e uma imagem reflete na parede. Se trata do famoso quadro de Sandro Botticelli, “Inferno de Dante” onde é possível ver os noves estágios descritos nos versos de Alighieri. Só que a imagem foi um pouco adulterada e nela estão pistas novas que levarão Robert e Sienna a iniciar uma busca contra o tempo para salvar a humanidade.
Em seu sexto trabalho, Dan Brown não se arrisca e continua optando pela mesma fórmula de sucesso de seus livros anteriores. Baseando-se em muita pesquisa acerca dos versos de Alighieri, Brown constrói uma narrativa excessivamente descritiva para conseguir assim guiar o leitor através de pinturas, versos e arquitetura a fim de que talvez juntos consigam desvendar o enigma. Não conseguem. As muitas descrições da arquitetura de Florença por vezes atrapalha a compreensão do que exatamente é necessário se prestar atenção. A imaginação só ajuda quando a coisa em si não existe e precisamos criá-la em nossa mente, para poder obter um maior entendimento da estória, assim como rostos de personagens, e etc. Agora, quando se trata de algo real e com uma riqueza enorme de detalhes fica complicado imaginar do jeito que realmente é. Ainda assim, a estória em si consegue ser bem interessante. São discutidos dessa vez alguns problemas do mundo, como epidemias, doenças, a super população e quais seriam as possíveis soluções para tais assuntos. O ritmo da trama é acelerada e se passa num tempo presente, como se tudo acontecesse enquanto a gente vivia nossas vidas normalmente.
Muito mistério foi feito em cima desse livro. Inclusive os tradutores tiveram que viver isolados em um bunker, para que absolutamente nada vazasse antes do lançamento. Ele se encontra atualmente na lista dos livros mais vendidos do país.