Minha meta para este ano de 2013 era conseguir ler mais livros do que havia lido no ano anterior, que teve a grande marca de 5 títulos. Pois é, uma vergonha para uma leitora assídua como eu. Obviamente, este ano consegui superar e até o momento em que este texto será publicado eu já li 38 livros. Queria fechar o ano em 40, número redondo, mas não creio que vá conseguir.
Foi um ano de muitas descobertas, novos autores, histórias boas e outras ruins e foi bem difícil encontrar os 10 melhores. Mas, aqui vai a lista e um pequeno resumo das minhas impressões sobre cada um deles.
10 – Guerra Mundial Z
Vamos lá, podem torcer o nariz, fiquem a vontade. Mas é bem provável que estejam fazendo careta mais por causa do filme do que do livro, levando em consideração que a maioria não leu. O livro me surpreendeu bastante. Não tem absolutamente nada a ver com o filme, só para lembrar. O livro é na verdade um relato jornalístico do Gerry, ex- funcionário da ONU que vai atrás de figuras e personagens importantes que participaram da guerra. Todos os eventos nele relatados, se passam depois do acontecido. Num ponto de visto sociológico é muito interessante ler como determinadas pessoas reagiram a essa invasão de zumbis, pois chega tão perto do que imaginamos ser uma verdade futura que assusta.
09 – Ender’s Game
Qualquer filme que me chame a atenção e tenha um “baseado em..” como introdução vai me deixar curiosa para conhecer sua origem. Já fiz isso milhares de vezes com outros livros como “Jurassic Park”, “Timeline”, “O Iluminado” para citar alguns apenas. Logo, com Ender’s Game não seria muito diferente. A história me chamou a atenção pela polêmica que causou na época em que foi lançado, afinal fala de armar crianças e fazê-las futuros estrategistas militares em uma época que um assunto como esse era considerado absurdo. E são crianças, de 6, 7 anos e não pré-adolescentes como no filme. A temática pairando sobre assuntos políticos (de novo) e em como os adultos tratam as crianças e no comportamento diferente que elas tem quando estão entre outros de sua idade é fascinante. O autor soube apresentar suas ideias muito bem e apesar de possuir um desfecho fraco, te faz pensar sobre o papel das crianças e em como as negligenciamos ou até mesmo pensarmos que são intelectualmente inferiores a nós. Não são.
08 – O Filho de Netuno
Demorei a me reintroduzir na nova saga de Percy Jackson porque sou avessa as modinhas. Preferi esperar passar um tempo e então pegar esta nova série de livros e descobrir o que Rick Riordan fez de novo. Na verdade este é o segundo livro da saga de cinco (o último só sai em outubro de 2014) e o que até agora foi o que mais gostei. Riordan amadureceu Percy, seu semideus favorito (na minha opinião claro!) e o colocou em uma aventura espetacular com outros personagens igualmente cativantes. O livro é divertido, engraçado e é o estopim para o arco central de toda saga dos Heróis do Olimpo.
07 – O Menino da Mala
“Este é o ano dos autores suecos”. Foi com essa frase que fui pega por diversos livreiros este ano, que tentavam a todo custo convencer os clientes a comprar livros de autores não tão famosos (leia-se “não americanos”). E foi nessa que acabei comprando este livro das autoras dinamarquesas Agnete Friis e Lene Kaaberbøl que me pegou para valer. A trama é simplesmente incrível e muito diferente dos autores populares que tem por aí não te enrola e vai direto ao ponto, mesmo tendo mais de um personagem narrador. E o final é surpreendente. A personagem principal é uma mulher de fibra e o enredo te apresenta a situações que se passam lá do outro lado do globo que você nem tem ideia. É apenas o primeiro de uma série que irão sair e mal posso esperar pelo próximo.
06 – Vida Após a Morte
Outra mudança que fiz foi passar a ler mais livros não-ficção e este em particular foi arrebatador. É completamente impossível ficar indiferente depois de ler os depoimentos de Damien. Você passa a colocar a sua vida e os seus problemas em um microscópio, analisá-la ao extremo e descobrir que a maioria dos seus problemas não é nada em comparação ao que esse homem viveu em 18 anos. Como escrevi na resenha, é um soco no estômago que certamente nos faz pensar em nossas atitudes em relação a vida, as demais pessoas e até sobre nós mesmos.
05 – To Kill A Mockingbird (O Sol É Para Todos)
Ta aí! Deveria ter lido mais clássicos este ano. E olha que a lista era bem extensa, mas acabei deixando-os de lado. Ao fazer uma pequena enquete entre amigos no Facebook, me sugeriram ler este grande livro do Harper Lee e foi o que fiz. Achei incrível, principalmente por ser do ponto de vista de duas crianças (de novo) em uma época complicada para ser uma. A infância era algo difícil e eles são sutis e inocentes e sinceros ao falarem de assuntos que incomodavam tanto aos adultos que te cativa e você não consegue parar de ler até o final.
04 – Perdão, Leonard Peacock
Preciso confessar que eu curto uma tragédia, um melodrama. Principalmente se forem histórias seguidas de superação e porque não, alguns ensinamentos. Este foi, sem a menor dúvida um dos livros com o qual mais me identifiquei este ano. Não, não penso em matar nenhum amigo, nem em me matar. Mas me identifiquei com o algumas coisas que foram ditas, principalmente sobre as pessoas diferentes, as que se destacam e até aquelas que são um pouco solitárias. Realmente tocou fundo no meu coração e guardo comigo uma das frases que mais me marcou: “Você é diferente. E eu também sou diferente. Ser diferente é bom. Mas, também é muito ruim. Acredite em mim, eu sei.” Matthew Quick sabe ser sutil mesmo escrevendo sobre assuntos pesados e é sempre uma excelente leitura.
03 – A Queda dos Cinco (Legados de Lorien)
Depois de Harry Potter, se tornou a minha saga favorita. Uma pena que esteja devendo a resenha por aqui. Mas, para quem não conhece, se trata do quarto livro dos Legados de Lorien (Eu Sou o Número Quatro, O Poder dos Seis, A Ascenção dos Nove) e que narra a história de uma raça alienígena chamada Lorien que teve seu planeta extinto em uma guerra contra os Mogadorians e fugiram para a Terra a fim de ganharem forças e se reunirem novamente para lutar. O primeiro livro narra a desventuras do John, o número quatro, a descoberta de seus legados (poderes que cada um desenvolve) e a iminência da guerra contra os Mogadorians que o seguem até a cidade onde ele e seu cêpan (um mentor) estavam escondidos. A partir daí, John, Sam e Six partem em busca dos demais membro do garde (grupo do qual fazem parte as nove crianças que deixaram Lorien) pois juntos são mais fortes. Vocês devem estar se perguntando porque este livro está numa posição tão alta. Muito simples, pois se trata de um excelente livro, mas não se preocupem que não darei spoilers. O que posso dizer é que é bem escrito, a trama é muito contagiante e não enrola. Existe um pouco de tudo, comédia, ação, drama, mistério e até romance. Lembrando sempre que são livros infanto-juvenis, então é bem superior perante tantos outros.
O mais interessante são os livros extras que são lançados primeiramente como ebooks, em formas de capítulos, para depois se tornarem livros compactos. Contém histórias do passado, de personagens secundários e até de personagens principais antes deles se juntarem a trama principal. Infelizmente só existe esta opção em inglês, pois a Editora Intrínseca, responsável por distribuir o título não mostrou um interesse maior em publicar esses outros livros. Só em ebook mesmo. Quem tem um bom domínio de inglês vale a pena.
02 – Trilogia Divergente (roubando só um pouquinho…)
Ok, vou ignorar que são três livros e tratar apenas como uma única história. OMG! Foi outro livro que me surpreendeu e li muito rápido os três (sim, já li Convergente mesmo não tendo sido lançado ainda). Simplesmente incrível como a trama é intricada, cheia de suspense, segredos e mistérios. E isso porque é ‘apenas’ um livro infanto-juvenil. O universo criado pela autora é fabuloso e os personagens são tão bem construídos que eles são instáveis e podem mudar da água para o vinho, o que deixa tudo mais interessante. Sem contar que a personagem principal é de arrasar e é um deleite vê-la crescer durante a história, mesmo que cronologicamente o tempo seja pequeno. Uso de muitos adjetivos porque foi aquele tipo de leitura que vibrei, gritei e me frustei a cada novo capítulo. Divergente é tudo o que Jogos Vorazes gostaria de ser.
01 – Extraordinário
Este foi provavelmente o livro que mais recomendei que outras pessoas lessem esse ano. Era só começar o assunto sobre livros que eu mandava um “você já leu Extraordinário?”. Lembram que disse curtir tragédias? Pois é…
Não queria larga-lo…li em poucas horas. Sorri, chorei, sorri e chorei e fechei o livro com a sensação de que havia entendido perfeitamente o que a autora queria me dizer. Aquela sensação de dever cumprido. As dificuldades estão aí, presentes na vida de todos nós, a maneira como decidimos encará-la é o que de fato nos define como pessoas. Podemos simplesmente varrê-las para debaixo do tapete ou procurar resolver. O pequeno Auggie tem muito a nos ensinar e não sei se foi por ser um dos primeiros livros que li no início do ano, mas arrisco dizer que foi em parte responsável por me fazer encarar certas adversidades ao longo de 2013 de um outro jeito. Mesmo não sendo um livro de auto-ajuda, certamente me ensinou muita coisa. E você? Já leu “Extraordinário”?
Pior do ano:
Trilogia Jogos Vorazes
Péssimos. Narrativa fraca, personagens descartáveis e enredo cheio de falhas. Não havia necessidade alguma de ser uma trilogia. Em um livro, bem escrito, daria para contar toda a história.
Me diga qual foi o seu melhor livro este ano. Ou livros.
ps: todas as fotos são do meu instagram