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Arquétipo Rafa apresenta álbum de estreia ‘Pisa de Conversa’

Com participações de Marcelo Jeneci e Alessandra Leão, o disco traz um resgate do cantor às suas origens

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Após antecipar os singles “Feito Ladeira” e “Me Leve”, onde ambos entregam dois lados do mesmo trabalho, Arquétipo Rafa, agora estreia seu primeiro disco solo ‘Pisa de Conversa’.

‘Pisa de Conversa’ reúne em 09 faixas autorais uma estética que mescla sons brasileiros com elementos da cultura popular, especialmente de Pernambuco, marcando o resgate de Rafa às suas origens. É neste trabalho que o cantor apresenta seu lado mais pop e bem humorado. Para contar essa história, convida Alessandra Leão e Marcelo Jeneci.

“A jornada do disco passeia por um Brasil imenso. Nos últimos 8 anos, tive a oportunidade de conhecer mais profundamente nosso país, acompanhando diversos artistas como instrumentista e trouxe para meu trabalho um pouco do que colhi ao longo dessa caminhada”, explica.

Gravado durante a pandemia, projeto foi criado a partir das trocas entre Rafa e o produtor musical Arthur Dossa, que assina o álbum (exceto “Maga”, por Marcelo Jeneci), soando como uma ode à música brasileira dos anos 60/70, mas com uma pegada futurista. “Passamos muitas horas dedicados aos sons que a gente admira, ouvindo muita música brasileira, isolados, mas olhando para o mundo. Essa experiência serviu quase como um período de imersão sonora e contribuiu muito para a estética do disco”, contou Rafa.

Quem abre essa “Pisa de Conversa” é “Feito Ladeira”, primeiro single lançado, que conta com a parceria de Alessandra Leão, a canção que remete às ladeiras de Olinda é cheia de dialetos e mescla referências rítmicas do maracatu nação com o xote, expondo forte presença de sintetizadores e um design sonoro que traz essa ambiência em que Rafa cresceu e viveu por tantos anos.

Logo em seguida chega “Pode Paraíso”, um samba diferente e bem humorado, onde se mistura  referências rítmicas de sambas clássicos de Cartola com uma pegada mais pernambucana na bateria. Depois, “Descalça”, faixa-foco deste disco, chama o ouvinte para o salão. É música para dançar e por isso traz células do axé e pagodão baiano, com os pífanos inspirados nas bandas de pífano do agreste pernambucano.

Liberdade, sem dúvidas, é um tema que não passa despercebido nesse álbum, como é o caso de “Deixa o Cabelo Crescer”. Com a participação de Marcelo Jeneci, que com seu timbre suave leva a música para um local de tranquilidade, a faixa é embalada por um xote mesclado com o reggae jamaicano. Ainda no mesmo tema, “Júpiter Anéis” versa sobre o tempo que podemos perder com a ilusão de posse sobre outra pessoa. A música traz as percussões de Juba Carvalho, apontando o lado terrestre e dançante da canção, trazendo, ainda, influências da estética latino-americana.

E assim como o dia, o disco vai anoitecendo e trazendo um tom mais intimista. “Me Leve”, segundo single lançado, traz o luto e a saudade como reflexão, embalada por uma melodia que funciona como uma trilha sonora. A faixa tem os pianos de Vitor Araújo e os arranjos de cordas criados por Mateus Alves – lindamente tocados por Paula Bujes e Pedro Huff.

“No Silêncio” é aquela canção que remete a um sonho ou uma memória distante com elementos do ijexá. A música, que fala sobre a vontade de fugir da realidade com a pessoa que você ama, chega com forte presença de metais que foram arranjados por Mateus Alves. Depois do discurso de fuga, “Maga” chega propondo uma volta para a realidade e um olhar para o futuro. Essa música, produzida por Marcelo Jeneci, narra o encontro de uma mãe com a sua filha recém-nascida. É sobre ter medo do futuro, mas estar pronta para a luta. Musicalmente, a canção traz muitos elementos de design de som, alinhados com o discurso.

A faixa mais noturna, “Ávido”, é quem completa essa narrativa. Simbolicamente ela fecha o ciclo desse disco, que começa em Olinda, passeia pelo mundo, pelos sonhos, e volta pra casa. “É uma regravação de canção composta por mim, e lançada inicialmente por minha antiga banda, Gudicarmas, em Pernambuco”, conta Arquétipo Rafa. Essa nova roupagem valoriza a palavra e cria um clima sexy e elegante, dialogando com a poesia da canção.

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