Azizi fala sobre afeto e representatividade em seu primeiro EP

Não há sonho impossível onde há afeto, consciência e respeito. Essa é a mensagem do primeiro EP da carreira do cantor e compositor Azizi, que leva seu nome no título.

O EP “Azizi” é composto por quatro músicas com reflexões sobre as memórias afetivas do artista conectadas a temas como representatividade, saúde mental, objetificação dos corpos negros, silenciamento e invisibilização.

Capa do EP “Azizi”

A sequência inicia com “Princesinha”, que trata de representatividade a partir da história da mãe do artista, que conta que, na sua infância, sempre quis uma bonequinha preta e não encontrava.

– A ideia é ser um mergulho em memórias afetivas em um baile animado e que todos se vejam com suas belezas e possibilidades, entender que podemos tudo que quisermos através do exemplo dos nossos e de coisas nossas e feitas para nós – explica Azizi. 

“4C de Carinho” fala de afetividade, amor e carinho trocados através do cuidado e sobre como comunidades presentes e ativas são um movimento de cura e saúde mental. Com a participação especial de Yas Werneck, a canção propõe momentos de leveza, contemplação e memórias familiares.

“Visível” (“Lugar de fala”) é uma observação sobre a invisibilização e o silenciamento sobre as próprias questões e reflete sobre como o povo preto é tratado como suspeito desde o nascimento. 

“Gaiola Dourada” fecha o EP e aborda o amor ou impressões de amor, sobre o quanto os corpos pretos são descartáveis, objetificados e hipersexualizados, deixados em lugares insólitos e de profunda solidão.

– Se fizermos uma espiral, as canções vão se completando e organizando os raciocínios para nos permitir livres reflexões. É uma forma de apresentar algumas das minhas facetas, que passeiam pelas discussões que vejo, penso e traduzo – destaca Azizi.

Azizi

Há mais de 20 anos trabalhando com música, o carioca Azizi Dudu tem toda uma musicalidade própria tendo como referências em modernidade ancestral nomes como Tim Maia, Elza Soares, Cartola, James Brown, Nina Simone, Ella Fitzgerald, Etta James, Billie Holiday e B.B. King. Em sua viagem, estuda os negros fora do continente africano em suas realidades sociais e afetivas distintas. A estética está diretamente ligada ao artista. Como profissional de Moda e História, ele constrói suas narrativas com indumentárias afrofuturistas, que são o pilar do seu trabalho. Em suas reflexões, os pretos são o núcleo ancestral entre os tempos passados e atuais.

Esteve em cartaz, em parceria com o Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira e a Prefeitura do Rio de Janeiro, com o show “Igbá” e, com a Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, com o show Okan. Participou de diversos projetos, como o Festival Educação Sem Temer, Calote Cultural, Santa Música, Kurandé Música, além do programa “Jovens Tardes”, da Rede Globo. 

Sagô

Sagô é uma produtora independente que nasce da parceria de Giovanni Sapienza, fotógrafo e filmmaker, e Yan Gomes, músico e produtor musical, e vem se desenvolvendo a partir da ideia de democratização de produtos musicais e audiovisuais. Toda a movimentação que a produtora faz tem como objetivo fomentar o trabalho de artistas, mostrando suas realidades e contando suas histórias a fim de promover uma aproximação cada vez mais íntima e verdadeira dessas pessoas com seus públicos. A Sagô primeiramente visa atuar com artistas do segmento musical, sempre somando com os mesmos e outros parceiros no intuito de promover um espaço colaborativo de acolhimento e crescimento para todos os envolvidos em seus projetos. Tendo isso como ponto de partida, a produtora almeja alcançar nichos diferenciados de produtores de cultura com a intenção de ser uma facilitadora para os artistas em suas mais variadas formas. Até por isso, adotou-se na casa o lema de que “a Sagô acredita é na rapaziada”.

Ficha técnica:

Produzido por Sagô

Gravado por Ogrow Beats (em Toca do Ogrow) e Bernardo Tavares (em Vila Musical)

Mixado por Yan Gomes

Masterizado por Yan Gomes

Arranjos: Gustavo Antunes

Participação especial de Yas Werneck em “4C de Carinho”

Fotos e Vídeos por Giovanni Sapienza e Marcus Nunes

Vozes por Azizi, Anderson Gobbi Tura, Rafael Sena

Beats por Ogrow Beats

Percussões por Cau Barros

Baixo por João Pedro Azeredo e Yan Gomes (somente faixa 1)

Violão por Gustavo Antunes (somente faixa 3)

Guitarras por Thiago Suliano e André Severo (exceto faixa 3)

Percussões por Cau Barros (exceto faixa 1)

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