Leonardo, sertanejo conhecido por sucessos dos anos 1990, foi incluído na chamada ‘lista suja’ do trabalho escravo pelo governo brasileiro por conta da exploração de trabalhadores em sua fazenda.
A ‘lista suja’ é um registro mantido pelo governo brasileiro que expõe empregadores flagrados em situações de trabalho análogas à escravidão. Para muitos, é um mecanismo essencial na luta contra a exploração e os abusos laborais.
A entrada de Leonardo na lista se deve a uma fiscalização realizada em novembro de 2023 nas fazendas Talismã e Lakanka, no município de Jussara, interior de Goiás. Na ocasião, foram encontradas seis pessoas, incluindo um adolescente de 17 anos, em condições degradantes, um dos elementos que configuram a escravidão contemporânea no Brasil.
As pessoas dormiam em uma casa abandonada, onde não havia água potável, banheiro e camas — o espaço para deitar era improvisado com tábuas de madeira e galões de agrotóxicos. O local também tinha sido tomado por insetos e morcegos, e exalava um “odor forte e fétido”, segundo o relatório de fiscalização acessado pela Repórter Brasil.
A inclusão de Leonardo nesta lista lança luz sobre questões profundas e inquietantes, levantando dúvidas sobre a transparência e as condições de trabalho nos bastidores de uma carreira de sucesso.
Leonardo, cujo nome completo é Emival Eterno Costa, construiu uma carreira sólida ao longo das décadas, conquistando o coração de milhões de brasileiros com sua música. No entanto, a revelação de que propriedades rurais ligadas a ele estão envolvidas em práticas de trabalho escravo mancha sua reputação e levanta questões sobre a responsabilidade dos artistas e empresários na gestão de seus negócios.
Entidades de direitos humanos e figuras proeminentes da cultura brasileira se manifestaram, destacando a importância de combater o trabalho escravo em todas as suas formas. “É fundamental que figuras públicas se responsabilizem pela forma como seus empreendimentos são conduzidos”, comentou um representante de uma ONG de direitos laborais.
A inclusão na ‘lista suja’ não é apenas um golpe para a imagem pessoal de Leonardo, mas também provoca uma reflexão mais ampla sobre os bastidores da indústria cultural. Até que ponto estamos cientes das condições de trabalho daqueles que tornam possíveis os shows e eventos que tanto apreciamos? Este episódio serve como um alerta para a necessidade de uma maior transparência e responsabilidade entre figuras públicas, principalmente artistas que deveriam inspirar as pessoas a serem melhores.
A notícia de que Leonardo foi incluído na ‘lista suja’ do trabalho escravo é um lembrete inquietante das injustiças que persistem na exploração de outros seres humanos. Um lembrete também que nem mesmo dinheiro e sucesso compram a integridade humana. Triste legado para Leonardo.
Com informações via UOL.
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