Existe sempre muita discussão sobre qual maior compositor brasileiro de todos os tempos, e sempre neste tipo de conversa é preciso considerar Chico Buarque, icônico brasileiro que celebra hoje 80 anos de vida e legado. Nascido em 19 de junho de 1944, Chico é uma figura multifacetada que transcende gerações e estilos musicais, estando presente (direta ou indideramente) na vida de cada pessoa que se reconhece brasileiro.
Chico Buarque, cujo nome completo é Francisco Buarque de Holanda, nasceu no Rio de Janeiro em 19 de junho de 1944, e como um DaVinci contemporâmeo se destacou como cantor, compositor, escritor, dramaturgo e ator. Isso foi possível graças a Chico nascer em berço de ouro – filho do historiador Sérgio Buarque de Holanda e da pianista Maria Amélia Cesário Alvim, Chico cresceu em um ambiente intelectualmente estimulante.
Aos cinco anos, a família mudou-se para a Itália, onde Chico teve contato com artistas e intelectuais, incluindo o poeta Vinícius de Moraes. Na adolescência, ele compôs canções no estilo opereta e participou de movimentos religiosos e estudantis.
Em 1963, Chico ingressou no curso de Arquitetura e Urbanismo na Universidade de São Paulo, mas abandonou-o após o Golpe Militar de 1964. Não demorou muito e Chico começou a chamar atenção com suas músicas, que mesmo em ritmo de samba era impactantes por abordarem questões sociais e culturais, o que levou a censura de diversas canções suas durante a Ditadura Militar. Chico colaborou com outros grandes artistas, como Vinícius de Moraes, Antônio Carlos Jobim, Caetano Veloso e João Gilberto.
Além da música, Chico também se destaca como escritor e, em 2019, ele recebeu o prestigioso Prêmio Camões, um dos maiores reconhecimentos da literatura em língua portuguesa. Como na música, sua obra abrange temas íntimos e questões sociais, refletindo a riqueza cultural e a complexidade do Brasil.
8 curiosidades fascinantes nos 80 anos do artista
1. Resistência e Ativismo:
Durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985), Chico Buarque usou sua música como arma contra a repressão. Ele nunca se esquivou da luta, enfrentando os opressores com letras combativas e melodias envolventes.
2. Parcerias Brilhantes:
Chico colaborou com grandes nomes da música brasileira, como Antonio Carlos Jobim, Edu Lobo e Francis Hime. Suas parcerias resultaram em obras-primas para cinema e teatro.
3. Imortalidade Musical:
Sua obra permanece imaculada ao longo dos últimos 60 anos, resistindo às modas e aos modismos. Dos sambas melancólicos às músicas combativas, Chico Buarque construiu um cancioneiro belo e contundente.
4. Literatura e Música:
Além da música, Chico é um prolífico escritor.
Seus romances e peças teatrais também cativam o público, revelando sua paixão pela literatura.
5. Marchando Contra os Extremos:
Como cidadão engajado, Chico marchou nas ruas de Paris contra o avanço da extrema direita pelo mundo. Sua voz ecoa além da música.
6. Sofisticação e Coerência:
Desde 1964, Chico construiu uma obra coerente e sofisticada. Suas canções são páginas felizes da história da música brasileira.
7. Tempo e Arte:
Como descreveu em sua música “Tempo e Artista”, o tempo modelou Chico Buarque, deixando rugas ao redor do rosto e satisfação na alma. O artista e o tempo dançam juntos.
8. Legado Infinito:
Chico Buarque é mais do que um cantor; ele é um cronista da vida, um ativista e um símbolo da resistência cultural. Seu legado transcende gerações e inspira artistas em todo o mundo.