Elton John, ao lado de Paul McCartney, o maior artesão pop da música do século XX. Em seu currículo constam sucessos indeléveis e alguns discos memoráveis como a sua obra prima “Goodbye Yellow Brick Road”, lançada em 1973. Após uns altos e baixos nos anos 80, Elton John pisou na última década do século passado com status de artista consagrado, em uma fase mais serena de sua vida, longe das drogas, do álcool e das noitadas. De quebra, assumiu totalmente sua homossexualidade (até então se declarava bi).
Três anos após seu último trabalho de estúdio, “The Driving Board”, chega “Wonderful Crazy Night” (Mercury, 2016). Nas dez faixas, que totalizam 41 minutos de audição, o que se pode perceber é Elton com todo um clima de festa. Na verdade isso já fica nítido na capa do álbum.
Os trabalhos são abertos com a sacolejante faixa título, remetendo deliciosamente aos anos setenta. A seguinte, ‘In The Name Of You’, ele mostra vigor em um rock de pegada clássica pontuado por um belo e direto solo de guitarra no meio. O “mood” rock é mantido, com uma pegada mais pop, em ‘Claw Hammer’ e ‘Blue Hammer’ que tem um approach com a balada. Assim como a seguinte ‘I’ve Got 2 Wings’, tem clara influência da música tradicional americana.
‘A Good Heart’ segue a tradição de baladas “light FM” de Elton John, aquilo que ele faz de melhor e, mesmo não sendo das mais memoráveis, faz bonito em uma programação radiofônica. ‘Looking Up’ nos puxa de volta para o rock n’ roll e, mesmo sem ser brilhante, é um dos bons momentos do disco. A faixa seguinte ‘Guilty Pleasure’ segue a mesma rota antes de o ritmo diminuir nas duas derradeiras faixas ‘Tambourine’ e ‘The Open Chord’.
Como era de se esperar, é um disco muito bem produzido, com Elton John sendo muito bem cercado por músicos de ponta no estúdio. “Wonderful Crazy Night” não é uma obra prima, revela que Elton John ainda está em forma e tem sim algumas cartas extras em suas mangas. The bitch is back!
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