Felipe Antunes navega pelo tempo da espera em “Quem Vem Lá”

Uma viagem sonora que, a partir da percussão, transforma a cadência das horas em poesia. Assim é que o single “Quem Vem Lá”, lançado pelo músico Felipe Antunes, se articula para ganhar vida nas plataformas de música. Ao se apresentar como um encontro de trajetórias artísticas, que busca na pulsação de cada segundo sua força…


Uma viagem sonora que, a partir da percussão, transforma a cadência das horas em poesia. Assim é que o single “Quem Vem Lá”, lançado pelo músico Felipe Antunes, se articula para ganhar vida nas plataformas de música. Ao se apresentar como um encontro de trajetórias artísticas, que busca na pulsação de cada segundo sua força motriz, a novidade desvela uma parceria entre o músico e outros dois nomes da MPB. São eles Enzo Banzo (voz e violões) e Jack Will (bateria e percussão). 

A colaboração com Enzo Banzo e Jack Will nasceu do espírito coletivo da música independente de Uberlândia (MG), consolidando-se em estúdio com naturalidade e sinergia entre os três músicos. Haja vista, cabe recordar como os caminhos trilhados por Felipe Antunes, de fato, sempre estiveram próximos da poesia e da reflexão em cada canção. Diretor musical indicado ao Prêmio Shell de Teatro (Melhor Música, 2019) por “Mãe Coragem”, de Bertolt Brecht, com Bete Coelho e Daniela Thomas, ele também construiu uma carreira solo premiada. No currículo, está a banda Vitrola Sintética, indicada ao Grammy Latino em 2015 e 2016. O recente álbum Embarcação, que lhe rendeu o Prêmio FestClip 2025 de Melhor Música para a faixa título, só reforça a capacidade do artista de transformar experiências cotidianas em arte.

Agora, seu desejo é expor diferentes níveis de densidade emocional, condutoras de uma narrativa lírica que amarra propostas meditativas inerentes à música. Assim é que escolhe unir forças com Enzo Banzo, reconhecido pelo trabalho na banda Porcas Borboletas. Ele imprime à faixa a sensibilidade de quem domina a composição de poemas musicados, equilibrando simplicidade e profundidade. Já Jack Will, por sua vez, transforma a percussão em escultura sonora, imprimindo ritmos afro-mineiros que dão corpo e movimento à composição. 

A letra de “Quem Vem Lá”, mais do que nunca, nos leva a indagar a presença que se busca no agora. “Todo tempo é agora / o que veio no vento / sempre foi, não vai embora”, diz um dos versos. Juntas, as vozes dos intérpretes se entrelaçam sobre a percussão, criando um passeio musical que mostra sua intensidade nos detalhes, dignos de delicadeza ímpar. A sensação de ouvi-la pode ser a mesma de ser tomado por uma ventania, capaz de deslocar memórias, pensamentos e emoções a fim de transformar a escuta em uma experiência quase física.


Deixe um comentário