Nos últimos anos, Minas Gerais vem revelando fortes nomes dos mais diversos estilos musicais. É o caso de Djonga e FBC no rap, de Marina Sena e Rosa Neon no pop, de Moons, Young Lights e Mineiros da Lua no indie rock alternativo e no que podemos chamar de Nova MPB, Haroldo Bontempo é certamente um nome que se acrescentará. Isso porque o cantor e compositor, também integrante da banda Mineiros da Lua, apresenta seu 2º álbum em carreira solo com influências de Tom Jobim, Nara Leão, Chico Buarque, João Donato, entre outros.
Com arranjo muito bem elaborado, Haroldo demonstra mais uma vez a sensibilidade e delicadeza já apresentada em seu primeiro álbum, “Músicas para Travessia”, lançado em 2020. O novo trabalho conta com as participações especiais de Mariana Cavanellas (ex Rosa Neon e Lamparina), Lucca Noacco, a banda capixaba Chorou Bebel, a rapper Nabru, além de Vinicius Mendes Rodrigues, que assinou várias linhas de sopros ao longo do álbum. Foi gravado no estúdio Ilha do Corvo por Leonardo Marques, requisitado produtor responsável por importantes registros da música contemporânea brasileira de artistas e bandas como Bala Desejo, Maglore, Moons, Hélio Flanders, etc.
Em 2021, Haroldo já havia apresentado a faixa “Lamento de Solidão”, um feat. com Mariana Cavanellas e Lucca Noacco que ganhou um videoclipe dirigido por Flávio Charchar. No mesmo ano, alguns meses antes, Haroldo havia lançado com sua banda Mineiros da Lua o elogiado álbum “Memórias do Mundo Real”. Neste ano de 2022, em abril, o compositor revelou a faixa “Brasil, 17h”, mais uma parceria com Mariana Cavanellas presente no novo álbum lançado nas principais plataformas digitais no dia 05 de maio de 2022 (quinta-feira).
Sobre a inspiração para o novo disco, Haroldo afirma vir principalmente de seus amores e de sua família. “É um disco meio autobiográfico, né? Esperança, Pirraça e Lamento de Solidão são sobre paixões e superações. As três últimas músicas são sobre família: Viação Sertaneja é o ônibus que eu pego pra vir pra Pompéu, onde minha mãe mora. Menino Espuleta é sobre meu irmão mais novo e Victor, Miguel e Marina são meus sobrinhos. Esse disco foi um aprofundamento na música brasileira, pra mim foi um estudo mesmo. No primeiro disco eu trouxe muito da bossa, que tenho mais intimidade, e quis fazer um trabalho minimalista. Dessa vez eu quis o contrário, quis explorar os arranjos, brincar de maestro mesmo. Toquei piano, bandolim, pensei em linhas de sopro, etc. Pude testar umas referências do chorinho, do samba, ritmos tradicionais e tal, coisas que tenho estudado muito. Foi bem legal colocar essas coisas na prática, gostei muito do resultado.”