“Pure McCartney” é o mergulho definitivo na carreira do ex-Beatle

Quando foi lançada uma coletânea do Oasis em 2010, Liam Gallagher disse, desdenhando do álbum, projeto da gravadora para angariar uns trocados, que não se importava, pois as pessoas não compram mais discos mesmo.

De fato, com toda essa opção de música na rede, seja em download ou streaming, as coletâneas em tese não fariam muito sentido. Contudo, elas ainda podem desempenhar a função de dar um norte para quem quer conhecer ou mesmo se aprofundar na obra de uma banda ou artista.

E provavelmente é com esse intuito que “Pure McCartney” (MLP/Concord Music, 2016) chega ao mercado. Lançado no mês do aniversário de 74 anos do ex-beatle Paul McCartney, a compilação se apresenta em duas versões: uma com 39 faixas, que em CD vem em disco duplo, e a outra com 67 músicas, um CD quádruplo no formato físico para comemorar esses 45 anos de carreira pós-Beatles, com toda a pinta de coleção definitiva.

Não há nada de novo, música inédita ou raridade, o atrativo fica mesmo por conta do formato SHM-CD, e de ser a primeira coletânea de Paul a trazer músicas lançadas após 1989. E além disso, foi o próprio músico que realizou a curadoria, decidindo o que ia entrar e ficar de fora. Assim sendo, não é um greatest hits do tipo que a gravadora lança sem o artista sequer fica sabendo. Paul estava a par do processo todo o tempo.

Em nota oficial ele diz: “Eu e minha equipe viemos com a ideia de montar uma coleção de minhas gravações com mais nada em mente além de ter algo divertido de se ouvir. Talvez para ser apreciado em uma longa viagem de carro ou uma noite em casa, ou em uma festa com os amigos.

Então, nós juntamos nossas cabeças e viemos com essas listas de reprodução diferentes de vários períodos da minha carreira longa e sinuosa. A palavra carreira é um pouco enganadora, porque, para mim, foi mais como uma aventura musical do que um bom trabalho. Agrada-me, e muitas vezes me espanta, que eu estive envolvido na escrita e gravação de tantas canções, cada uma delas de modo diferente das outras.

Mas na minha próxima viagem longa de carro esta será a trilha sonora para o passeio, e um grande passeio foi chegando com essas músicas. Então salte em seu hot rod ou relaxar em sua banheira quente e dê uma rodada nessas cantigas, e lembre que, se metade do prazer que tive em juntar esta coleção se comunica com você, nós vamos todos estar voando alto!”

Digamos que a versão dupla é mais indicada para aqueles que querem ter um primeiro contato com a obra do artista, e entender porque ele se tornou o Beatle mais profícuo. Ao longo das 39 faixas vemos como se desenha o artesanato pop de sir Paul, com clássicos como ‘Maybe I’m Amazed’, ‘Jet’, ‘Band On The Run’, ‘My Love’, ‘Say Say Say’ e ‘No More Lonely Nights’.

Já a versão com quatro discos é a que deve atrair os fãs colecionadores, pois vem com livro de 44 páginas, e traz algumas pérolas como ‘Hi Hi Hi’, ‘Calico Skies’. É também indicado para os que já tem uma noção do que o artista fez nos anos 70, 80 e 90, e pretende se aprofundar.E ainda há uma edição super deluxe, bem limitada, com seis discos (!!!), em tese numerada pelo próprio Paul.

Embora esteja disponível em formatos digitais, “Pure McCartney” foi pensado para ser consumido em formato físico, inclusive há a versão em vinil. É escolher qual mais lhe apetece (e cabe no bolso) e mergulhar na obra de um dos maiores artistas pop de todos os tempos.

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