Na poesia densa da canção “Sem Nome“, Rubah desvenda uma narrativa que transcende gêneros musicais e se aprofunda nas nuances da história e da contemporaneidade. Com versos que ressoam como marcas de um passado escravocrata e desafios do presente, essa faixa de seu mais recente álbum “Origem” se torna uma crítica e um reflexo do interior do Brasil.
“…Negras mãos colhendo branco algodão / Ciclo do ouro, ciclo do café…”, as palavras ecoam, um eco de tempos passados, lembrando-nos do legado complexo da escravidão que ainda deixa marcas profundas na sociedade brasileira. A letra desenha um cenário de destruição ambiental e de vidas enquanto a extração de minério avança implacavelmente. “…Coração de bauxita / Esperanças perdidas / Sofrimento e alento / Amas do leite bento…”, são palavras que se entrelaçam em um retrato sombrio das consequências da exploração desenfreada em seu Estado natal, Minas Gerais.
No entanto, mesmo nas sombras, a canção captura os resquícios de resistência e cotidianidade das pessoas que enfrentam tais desafios. “…O espinho da flor, marca o preto da cor / Sangue e minério, vida ou ferro […] Nos porões da Casa Grande, capoeira ginga…”, esses versos representam uma luta enraizada nas raízes culturais do Brasil. A capoeira, uma dança de resistência e revolução, encontra espaço na narrativa, retratando a persistência diante da adversidade.
Rubah escreve um novo capítulo em sua trajetória ao firmar contrato com a gravadora Musikorama Music Entertainment, situada em Buenos Aires, Argentina, onde o artista já viveu e colecionou conquistas com a banda portenha “La Renga”.
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