A estátua de bronze de uma mulher seminua em homenagem a um poema do século 19, La Spigolatrice di Sapri (A Respigadora de Sapri, em tradução livre), escrito por Luigi Mercantini, gerou uma onda de debate sobre machismo na Itália e muitos pedem sua remoção.
O poema é escrito do ponto de vista de uma respigadora — alguém que coleta grãos deixados nos campos pelos colhedores. A respigadora deixa seu emprego para se juntar à expedição fracassada do revolucionário italiano Carlo Pisacane contra o Reino de Nápoles, que resultou em 300 mortes.
A estátua retrata uma mulher em um vestido transparente com um braço sobre os seios e ressalta as curvas do corpo feminino.
Um grupo de mulheres políticas do Partido Democrata em Palermo pediu a demolição da estátua, afirmando em nota: “Mais uma vez, temos que sofrer a humilhação de nos ver representadas sob a forma de um corpo sexualizado, sem alma e sem qualquer conexão com as questões sociais e políticas da história.”
O prefeito de Sapri, Antonio Gentile, defendeu a estátua no Facebook, dizendo que ela foi “feita com habilidade e interpretação impecável” pelo artista Emanuele Stifano, e que sua cidade “não estava disposta a questionar seus valores, princípios e tradições”.
No Facebook, Stifano disse estar “chocado e desanimado” com as críticas. Ele defendeu a escultura, dizendo que “sempre tende a cobrir o mínimo possível o corpo humano” em suas obras, “independente do gênero”.
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