Em uma recente entrevista à revista Veja, o sambista Martinho da Vila expressou sua opinião sobre a polêmica envolvendo a cantora Ludmilla no festival Coachella, nos Estados Unidos, onde Ludmilla apresentou uma arte gráfica dizendo “Só Jesus expulsa o Tranca Rua das pessoas”.
Martinho da Vila, com seus 86 anos de experiência e conhecimento, criticou a fala de Ludmilla, afirmando que ela não compreende bem o contexto das religiões africanas. Ele explicou que, no passado, Exu era erroneamente visto como o demônio, mas na verdade, Exu é um mensageiro e uma figura importante nas crenças afro-brasileiras. Assim como os católicos têm seus anjos-da-guarda, os praticantes das religiões africanas têm Exu.
Ludmilla se mostrou não somente ignorante no assunto, rechaçando as críticas que recebeu, como também não parece fazer idéia que utilizar religião que ataca outras crenças é o mesmo motivo da sua raça ter sido escravizada como mercadoia sub-humana — ou ela acha que milhões de negros vieram para o Brasil por passeio? Sem contar também que Ludmilla é assumidamente homossexual, outro padrão condenado pelo cristianismo — muitas vezes à morte — num passado nem tão distante.
Um salve para Martinho da Vila, que enfatizou a importância de compreender e respeitar as diferentes crenças religiosas. Já Ludmilla deveria seguir o mestre do samba e buscar estudar mais — quem sabe até mesmo fazer um curso superior — para entender um pouco mais sobre o mundo e as contradições que literalmente poderão sujar sua própria imagem para a história.
Triste que um momento de orgulho para os brasileiros tenha sido manchado por tamanha ignorância intelectual.