O Brasil receberá um tesouro ancestral: um manto tupinambá do século XVII, feito de penas vermelhas de guará, que estava no Museu Nacional da Dinamarca, em Copenhague, desde pelo menos 1699!
Essa peça extremamente rara será doada ao Museu Nacional, no Rio de Janeiro. Medindo cerca de 1,80 metro de comprimento e 80 centímetros de largura, o manto é um dos poucos exemplares conhecidos desse tipo no mundo, produzidos entre os séculos XVI e XVII. A técnica de costura ancestral utilizada pelos tupinambás para unir as penas em uma malha torna essa peça uma verdadeira preciosidade.
Os tupinambás foram um dos primeiros povos indígenas a ter contato com os europeus após a invasão do território pelos portugueses em 1500. Eles habitavam várias aldeias ao longo do litoral atlântico e enfrentaram guerras, tomada de território, escravização, conversão religiosa e a imposição da língua portuguesa.
O diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, afirma que não existe peça mais importante fora do Brasil do que esse manto:
“Não tem mineral, não tem fóssil, não tem artefato que consiga ser mais importante que esse manto. Ele representa as primeiras populações brasileiras, é um artefato de uma das primeiras populações brasileiras. E, diferentemente por exemplo das múmias dos egípcios, que são muitas, os mantos são poucos”, afirmou Kellner.
Uma verdadeira boa notícia, vamos esperar que a cultura tupinambá consiga ser preservada no Museu Nacional.