Todos sabemos que a Mad nunca mais foi a mesma desde que o carismático Ota deixou a revista, mas se podemos ver algo de positivo no acontecido é sem dúvidas a volta do humorista com o O Relatório Ota do Sexo, pelo selo LeYa Cult. Um “livrinho” muito do esnobe para um formato pocket (todo colorido e com tratamento de primeira qualidade) que consegue manter a essência dos famosos Relatórios Ota para um novo público.
Como o Henrique já publicou suas opiniões sobre O Relatório Ota do Sexo no PulaPirata, decidimos que uma entrevista com o genial Ota seria melhor. Aproveite!
Em primeiro lugar, parabéns pelo livro e pelo grande retorno às livrarias, mas por que começar essa nova fase com um Relatório Ota?
O que me tornou mais conhecido foi justamente o Relatório Ota, na fase áurea da Mad brasileira (editora Record). Os leitores estão na faixa dos 30 a 40 anos agora e gostam de lembrar o que liam naquele tempo. Quando os Relatórios começaram, a Mad vendia mais de 100 mil exemplares por mês, e cada revista era lida por uns 4 leitores… Como o público se renovava a cada 4 anos, calculo por alto ter 1 milhão de leitores em potencial. Uma das razões da escolha foi essa – a outra é que gosto de fazer os Relatórios.
Todo mundo – menos as beatas católicas – gostam bastante de sexo, esse foi o motivo por trás da escolha do tema?
Acho que o tema chama mais atenção, inclusive das beatas. Mas vai ser uma coleção enorme abrangendo todos os assuntos, até mesmo extra-terrestres. Gostaria que essa coleção deslanchasse logo, mas a logística das livrarias é diferente da das bancas, que era o mercado que eu estava mais acostumado antes… O Relatório Ota do Sexo está vendendo bem, mas não chegou ainda em todos os pontos. Essa roda está girando lenta demais para as minhas expectativas.
Em 84 você publicou um livro sobre os quadrinhos eróticos do Carlos Zéfiro, de alguma maneira isso influenciou no seu trabalho no Relatório Ota do Sexo?
Quem escreveu o outro foi meu alter-ego Otacílio d’ Assunção, o pesquisador de quadrinhos… Embora ambos habitemos o mesmo corpo somos entidades distintas. Acho que não chegou a influenciar tanto assim.
Você editou a Mad por mais de 30 anos publicando material nacional e “importando” conteúdo da Mad americana. Não seria essa nova fase uma boa hora para exportar o Ota para o Mundo?
Sim, o plano é justamente dominar o Mundo. Vou preparar uma versão internacional no mesmo esquema, substituindo o que for muito local ou não dê boa tradução… O tema é universal e pode render em qualquer país com pensamento ocidental. Mas o plano de dominar o Mundo não envolve só os Relatórios.
Pode revelar alguma coisa sobre tais planos?
Tenho planos de muita coisa, não só livros. Animações, games e mídias eletrônicas também, cinema e até literatura. E envolvendo tanto o Ota como o Otacílio d’Assunção. Esses Relatórios são apenas a ponta de um iceberg e representam a consolidação do que fiz antes… O segundo vai ser lançado em breve. Também quero fazer os álbuns com as HQs com o personagem Ota e uma linha Otakids exclusivamente voltada para crianças. Esse público me interessa muito. Vou tendo as ideias uma atrás da outra.
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O Relatório Ota do Sexo foi lançado em parceria pela Editora LeYa e Barba Negra e pode ser adquirido nas melhores livrarias do país por apenas R$ 12,90.