Quando soube que mais uma criação de Ed Brubaker e Sean Philips sairia– dupla de Criminal, e Sleeper – fiquei com expectativa para mais um bom quadrinho. E acrescentar que a trama desenvolvida mesclará um horror Lovecraftiano e um suspense no melhor Hitchcock, a premissa dessa série fica ainda mais atrativa. Já há um tempo que Brubaker comentava querer fazer uma história de terror com um fundo de intriga. O resultado encontramos em Fatale, que li em primeira mão, em inglês, e estou traduzindo para um blog de quadrinhos.
A história se divide em duas partes. A primeira servindo como um prólogo apresenta a trama e se desenrola até a atualidade. Durante um enterro, Nicolas Lash, um dos protagonistas, entra em contato pela primeira vez com Jo, uma sensual personagem que sem dúvida é a figura central da narrativa. Ela e um manuscrito herdado por Lash serão os detonadores da ação dessa primeira parte e entretem o leitor ao mesmo tempo em que problematiza o protagonista desse prólogo.
A segunda parte de Fatale abre em 1956 e o que parece ser a história que se conta no misterioso manuscrito herdado por Lash. Enquanto Nick narrou a primeira parte, aqui temos alguém bem diferente, desconhecido, mas que tem uma capacidade mais onisciente. Enquanto Nick sabia tanto como nós leitores, temos nesse capítulo um narrador mais conhecedor, que influi ainda mais o clima de intriga que tanto Brubaker aborda em seus trabalhos. E agora Jo, ou melhor, Josephine se apresenta como uma mulher relacionada com uma série de assassinatos e rituais macabros que ocorrem ao longo da costa oeste estadunidense. Aqui nossas suspeitas se confirmam e deixo para o amigo leitor procurar essa nova empreitada da dupla de Criminal. Mas deixo a pergunta: Que faz a mesma mulher na década de 1950 e em 2012? Sem spoiler, galera!
Analisando podemos notar que uma vez mais Brubaker é capaz de criar todo um universo em um só número. Num jogo temporal e com uma trama que se desenvolve com poucas informações temos uma narrativa que proporcionará diversas intrigas, sustos e reviravoltas. E com Sean Phillips como ilustrador e Dave Stewart arte-finalizando, Brubaker se reúne para criar uma atmosfera sombria, sinistra e que nas primeiras páginas me levou até o último quadrinho. Phillips se vale dos primeiros planos para expressar o sentimento de angústia e perplexidade que alguns personagens têm ao longo da história. Acredito que neste primeiro número Brubaker preparou o terreno para muito mais intrigas. Se por acaso Fatale chegue a vocês, sirva da tênue e cômoda noite e desfruta de uma leitura que lhe satisfará.
Fatale está programada para doze edições, publicada pela Image Comics e a dupla não descarta continuidade da narrativa.
Edição :Fatale 1, Image.História:Ed Brubaker.
Desenhos: Sean Phillips.
Arte-final: Sean Phillips.
Cor: Dave Stewart.
Preço:US$3,50
[xrr rating=4,5/5]
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