Você já leu John Constantine? Caso sua resposta seja negativa, continue lendo este texto e depois adquira John Constantine, Hellblazer: Highwater – Pecados do Passado em uma banca qualquer antes que a Panini Comics recolha as revistas.
Em primeiro lugar, quero dizer que não se trata de uma história ímpar ou do melhor trabalho feito com o personagem, algo que seria bem difícil de apontar, pois autores como Alan Moore, Neil Gaiman, Garth Ennis e Warren Ellis já “brincaram” com Constantine. Quem escreve esta edição é Brian Azzarello (100 Balas) que, apesar de um tanto superestimado pelo mercado, passou muito bem pela série Hellblazer.
O grande lance com John Constantine é ele ser um personagem como poucos. Dotado de um cinismo britânico e de pouco apego e respeito pelas divindades – principalmente as judaico-cristãs -, John, à primeira vista, parece um canalha que pouco se importa com os outros, algo que não poderia estar mais errado. O personagem é um verdadeiro humanista com um delicado equilíbrio moral. Esta é a verdadeira magia de Hellblazer.
Em Highwater, primeira saga da edição, John continua sua jornada pelos Estados Unidos – após sair da prisão e enfrentar uma tempestade de neve – em busca de entender os motivos de seu amigo Lucky ter cometido suicídio na sua frente. John encontra sua resposta, mas também será preciso lidar com caipiras neo-nazistas e com o assassinato de um misterioso homem conhecido como Lobisomen. Após os eventos de Highwater, temos um delicioso interlúdio com Uma Nova Camada de Tinta Vermelha, que mostra John e uma prostituta indo se divertir e o aparecimento de um amigo dele, que é convidado a transformar a brincadeira em um ménage. Por fim, em Caçando Demônios, apresenta o início da nova busca de Constantine.
Os desenhos desta coletânea de Hellblazer ficam por conta de Marcelo Frusin, desenhista de Loveless – Terra Sem Lei, e de Giuseppe Camuncoli, italiano que já trabalhou em 52, X-Men, Homem-Aranha e outros títulos para a Marvel e DC Comics. Apesar de competentes, a falta de um desenhista de destaque poderia tirar o brilho do encadernado, mas levar Jon Constantine por R$ 19,90 é sem dúvida um ótimo negócio, até mesmo para os incrédulos.