Negrinha é visualmente belo, se passa num período mágico da cidade do Rio de Janeiro, possui uma história linda, mas mesmo assim não consegue se emplacar como grande obra. No fim do livro fica aquela sensação de que algo está faltando.
Na mítica Copacabana da metade do século XX, Olinda luta para criar Maria, que nasceu ‘negrinha clara’ longe da favela carioca e dos preconceitos da cor negra presentes na sociedade. Por viver num apartamento de luxo onde sua mãe trabalha, Maria só começa a ter contato com suas raízes através do garoto vendedor de amendoins Toquinho e no enterro de sua avó, que ainda vivia na favela. E aí que começam os problemas de sua mãe, que lutava de todas maneiras para guiar a vida de sua filha conforme acreditava ser mais apropriado.
Escrita por Jean-Christophe Camus, francês filho de brasileira, e belamente ilustrado em aquarelas pelo também francês Olivier Tallec, Negrinha foi lançada no Brasil em 2009 pela editora Desiderata com apoio do governo francês, como parte das comemorações do ano França-Brasil.
Talvez sob outras circunstâncias o livro não pudesse ser lançado em nosso mercado nacional, mesmo com sua história se passando no país, já que fica no final do livro fica a promessa da continuação da história, o que hoje, dois anos depois do lançamento, ainda não aconteceu.
É justamente está sensação de obra incompleta que incomoda em Negrinha.
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