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Novos 52: o bom, a má e o (errou) feio

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Assim que abri a encomenda, vi que era o encadernado da Panini do Aquaman. Meu primeiro e instantâneo pensamento foi: “Demorou quase 30 anos para eu finalmente ter um gibi com o título Aquaman, mas… Porra, capa dura?!”.

Desculpa! Eu estou me adiantando na história! Vamos começar de novo?

Acho que a última coisa mais recente que tinha lido da DC era a Crise Final. Sério. Não lembro de ter acompanhado nada pós aquele arco que só serviu para matar o Batman duas vezes e fazê-lo ressuscitar um anos depois. Talvez coisas da Vertigo, aquele encadernado do Shazam feito pela cara que fez Bone, mas… Nada que fosse de uma série regular mensal.

Pois muito bem! Veio Ponto de Ignição e logo em seguida os (mas hoje já não tão) Novos 52. E, com uns anos de atraso, finalmente comecei a ler arcos de três gibis mensais da DC pós-52. E não, não li o Batman do Snyder e nem o Superman de calça jeans. Mas sim os encadernados mais improváveis que eu imaginaria encontrar em bancas: Flash, Arlequina e Aquaman.

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Aquaman qué zoá mas cai na pilha

Bem, comecei logo pelo que eu tinha maiores expectativas, que era o encadernado do Aquaman com 148 páginas, capa dura, extras. Uma beleza! E não, nunca imaginei que escreveria que o gibi que eu queria ler seria do Aquaman. Pois, apesar de nunca ter lido essa HQ, li críticas positivas na época quando começou a sair nos Estados Unidos. A galera elogiava a dupla criativa (Geoff Johns e Ivan Reis), que redefiniu o Lanterna Verde, dizendo que eles fariam o mesmo bom trabalho com o Aquaman.

Sendo o mais resumido possível: o primeiro arco de história mostra o Aquaman abandonando seu reinado em Atlantis para ficar com os humanos. Aí aparecem uns zumbis do mar. E depois ele viu que a galera da terra não tá dando muita moral para ele e ainda tá vendo que a galera de Atlantis meio que tá cobrando o firmamento do bonde.

Olha, pelo pouco que li, o Geoff Johns havia feito muito mais no Lanterna Verde e no Gavião Negro do que no Aquaman. Mesmo assim, foi uma leitura muito divertida. Li a história principal de uma tacada só. E Johns teve uma sacada interessante: apesar de levá-lo a sério, com histórias sérias, sangrentas e mostrando o quanto o super-herói é fodão, mostrou que o pessoal não o leva nada sério. Ele é constantemente zoado e ignorado pelos humanos que conversam com ele.

Isso até me fez perguntar o seguinte… Cartoon Network, Família da Pesada, Frango Robô… Sei lá, qualquer coisa da internet… Toda essa galera já provou que o Aquaman é uma piada. Sério que demorou até 2011 (quando começou a sair nos EUA) para fazerem o Aquaman rir de si mesmo? Quer dizer, de forma mais sutil possível.

Mas como falei, é uma boa história. As cenas de ação são muito boas. Os diálogos caçoando o Aquaman são inteligentes. E Geoff Johns tem uma habilidade incrível de não deixar seus protagonistas caricatos e sem empatia. Você curte a versão boladinho-no-play do personagem.

Só faltou um pouco mais. Um pouco mais para a existência e fim desses zumbis do mar. Um pouco mais de significado na cena dele no deserto. Enfim, um pouco mais de um monte de coisa. Mas espero que isso se apresente melhor nos próximos arcos.

Apesar das reclamações, esse foi a HQ que mais curti dos três.

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Arlequina e o sorriso amarelo

A outra foi a maior surpresa de todas as surpresas: uma HQ da Arlequina, aquela sidekick do Coringa, criada naquele desenho iradow dos anos 90, que depois voltou a ficar popular com os games atuais.

Não fazia ideia o que encontraria neste encadernado (o único que não é capa dura, o que até facilita no desapego da leitura). Afinal, até onde eu sabia ela era uma vilã. Vilã mesmo. Ajudante do maior maluco da Terra. E que era completamente dependente do seu “pudinzinho”. Por isso, não tinha nem ideia do que leria. Como estaria a personagem nos Novos 52?

O Deadopool de saia.

O Deadopool de saia, essa foi a minha resposta logo após ler as primeiras três páginas. A HQ começa com uma divertida premissa, mostrando a Arlequina discutindo com seus roteiristas (Amanda Conner e Jimmy Palmiotti) sobre quem seria seu desenhista. Tem a participação de uma galera: Adam Hugues, Jim Lee, Becky Cloonam, Bruce Timm, e mais uma cabeçada. Bem divertido e despretensioso.

Mas depois disso começa a história para valer: Arlequina agora é dona de um hotel (é isso?) e aí agora ela tem que arrumar um trabalho para pagar suas dívidas e tem que fugir dos caçadores de recompensa que estão atrás de sua cabeça e záz!

Bem, minha primeira consideração enquanto o lia era que apesar dos seus desenhistas regulares serem muito bons, não acho que encaixe com esse roteiro. Não sei. Como é um humor agressivo e violento, imaginei que um traço mais cartoon (como da própria Amanda Conner) casaria melhor com sua história.

A história é focada no humor, tentando uma pegada meio adulta inconsequente ié-ié, como o Deadpool e até mesmo o Lobo. Mas… Eu fiquei sem saber o que achar desse gibi. Desculpa. Er… Não é engraçado, mas também não é ruim, sabe? As sacadas são espirituosas, mas não sei… Não achei graça. Acho que estavam querendo se pagar de cool e descolado demais, não sei. Talvez eu a veja como aquela vilã do desenho e por isso não tenha tanta empatia por ela. Não sei.

Mas achei muito engraçado o capítulo em que a Arlequina coloca um perfume que fazem os homens ficarem malucos com ela. Me lembrou desenho velho.

E assim como Aquaman, não é ruim. É espirituoso, bem desenhado e confesso que leria seu segundo volume. Então até agora, um saldo positivo para os Novos 52, né? Até agora…

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Flash Del Bairro

Sabem aquela coisa de ~tão perto tão longe~? Chega com uma coisa, falta com outra. Enfim, essa HQ é a mais longa das três (tem quase 200 páginas), mas é a pior. E tudo isso devido ao seu roteiro. Porque se esse é o pior roteiro dos três, em compensação é a mais bem desenhada.

Pois é, né? ~tão perto tão longe~! E eu digo isso porque a mesma dupla que cuidou da arte (desenho e arte-final) é a mesma responsável pelo roteiro.

Quer dizer, a mesma dupla que fez páginas lindas de aberturas, com uma pegada meio Spirit, e fez cenas muito legais do Flash usando seus poderes foi a mesma dupla que criou um roteiro digno de novela mexicana de uma TV universitária. Sério. É ruim. Queria ter uma palavra mais leve. Mas não tem. É ruim. E ponto!

O amigo misterioso que retorna em perigo é ruim. O grupo do mal é ruim. O plano deles é ruim. O diálogo entre os personagens é ruim. O triangulo amoroso é ruim. A mudança de personalidade em menos de 3 quadros é ruim.

Mas é a HQ mensal de super-herói mais bem desenhada que li nos últimos anos! O traço é diferente do usual para uma HQ de super-herói, é bem colorido, é bem elaborado e até conseguiram deixar legal esse novo uniforme do Flash que mais parece uma lantejoula.

~tão perto, mas tão longe~

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