Alguém quer tirar a vida do Dr. Stephen Strange, vítima de atentado e com Wong sofrendo com câncer. E agora o Mestre das Artes Místicas deve embarcar na mais importante investigação paranormal de sua carreira! Ambos os eventos estão diretamente relacionados e tudo leva o Doutor Estranho para uma visita a um velho deus que obteve um precioso tesouro: a fórmula para curar todas as doenças.
“Não é um remédio para uma doença estranha … é a cura para o câncer!”
A dupla formada por Michael K. Vaughn e Marcos Martin, que atualmente se dedica ao The Private Eye na Panel Syndicate, se encontrou artisticamente na obra Doutor Estranho – O Juramento em 2006, para abordar uma história com um dilema: vale a pena erradicar todas as doenças do nosso mundo, apesar dos problemas de superpopulação que isso causaria? E além disso, vale a pena fazê-lo se, em última análise, significaria perder a pessoa mais importante em sua vida?
Esta premissa tem diversas abordagens e possíveis respostas, mas a de Vaughan é uma das que, feliz ou infelizmente, tornou comum a questão em favor do entretenimento. Menciono o “felizmente”, por termos um super-herói em quadrinhos, a la Vincent Price, o Supreme Sorcerer, em um um drama existencial e, que na época, foi questionável a própria escolha do tema para uma minissérie sem grandes pretensões.
É uma história que aproveita o talento de Vaughan e Martin para lançar um olhar sobre as origens dos personagens que encontraremos sem sair do presente, com ação e feitiços espetaculares, com viagens dimensionais impossíveis e monstros inconcebíveis. A capacidade de Vaughan na construção de diálogos é indiscutível, marcando o desenrolar da trama com um bom senso de humor, sempre divertido sem parar em reviravoltas místicas e feitiços inexplicáveis que apenas retardam a leitura.Martín forma uma perfeita simbiose com o escritor e, com seus desenhos ajuda a moldar uma história rápida. .
Doctor Strange: The Oath é um dos primeiros trabalhos na do Marcos Martin que amadureceu seu talento na DC Comics, vinculado principalmente a Chuck Dixon (Batgirl: Year One, 2003) e a Bob Harras (Breach, 2005). É por isso que o artista que encontramos nessas páginas domina a narrativa, embora não atinja os níveis de espetacularidade que alcançou depois ilustrando o Homem-Aranha e o Demolidor.’
A este respeito, temos um maravilhoso estilo pessoal que parece um pouco retrô e ainda contemporâneo e com uma paleta de cores meio com excesso de gradientes digitais. Martin é capaz de oferecer um lugar tão comum quanto uma rua de Nova York e logo depois uma psicodelia das viagens dimensionais da época de Steve Ditko.
A arte é perfeita na caracterização dos personagens, excelente nas cenas de ação, bem dinâmicas e bonitas na concepção de cada página, mas peca nas fisionomias femininas, nada que perda o lado artístico da narrativa gráfica. E, devemos lembrar, é claro, do colorista Javier Rodriguez que embeleza muito o trabalho de Martin, embora talvez seja necessário um pouco mais de trabalho nos fundos e nas partes “mais mágicas”.
Um conto no Universo Marvel, onde não precisamos saber nada antes de lê-lo. Uma história que se entende, sem ter lido nada antes ou lido depois.Se você não conhece o personagem ou só conhece pelo filme do UCM e quer ler uma aventura divertida, moderna e compreensível que, ao mesmo tempo, explica sua origem e seu entorno, não hesite em chegar a esta graphic novel.