Resenha: Se a vida fosse como a internet, de Pablo Carranza

Se o cartunista Pablo Carranza já era apontado como uma das grandes apostas desta geração, com o lançamento de “Se a vida fosse como a internet” não restou nenhuma dúvida do talento do rapaz, que consolida sua carreira com esta divertida coletânea de tirinhas e histórias curtas sobre a integração entre o “universo real” e o virtual.

Dono de um humor contemporâneo e traço que mistura Allan Sieber com Bill Waterson, Pablo Carranza juntou em “Se a vida fosse como a internet” todo variado tipo de alegorias proporcionadas pelo eu digital, extraindo um farto material para suas gags rápidas, situações cômicas e até mesmo reflexões sobre os absurdos do cotidiano na internet.

Literalmente  parece não sobrar para ninguém, dos bugs do windows e as tentativas de conexão discada novo mundo de compartilhadores de memes e frases da Clarice Lispector. Estamos todos lá: defensores do Google; viciados em Facebook; blogueiros; tuiteiros; piratas; masturbadores; adeptos do YouTube; hipsters; e até micreiros – (já conhecidos como dinossauros do mundo virtual).

 Por consumir essa relação com o presente, como um retrato pessoal, o humor no livro tende a envelhecer lentamente junto das primeiras gerações de internautas – ao passo que se transforma em registro histórico e futura referência da realidade atual para nossos incrédulos netos. Mas não é preciso temer por Pablo Carranza, uma visita ao  blog pessoal do autor comprova que podemos esperar muito mais pela frente.

Vale lembrar que o livro só foi possível graças ao Programa de Ação Cultural 2011, realizado pela Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo, e também que acabou saindo com o selo de qualidade da Beleléu após passar pelas mãos do Stêvz, que realizou um excelente trabalho de edição. Quem aparece no livro é também o cartunista Ota, que assina o prefácio.

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