Com essa onda toda de Watchmen no cinema, voltei a me interessar um pouco mais por essa pessoa enigmática e interessante que é o Alan Moore.
Estava com o documentário sobre ele, The Mindscape of Alan Moore, de Dez Vylenz e Moritz Winkler, encostado de lado, mas resolvi agora dar uma olhada, motivado pelo filme. Alan Moore foi uma pessoa que me impressionou com suas obras, que tiveram um impacto grande em minha pessoa. Felizmente, ou infelizmente, ainda não tenho tanta certeza, eu acabei conhecendo seus quadrinhos um pouco mais tarde, assim, pude curtir a fase ingênua de ler gibis de super-heróis sem compromisso e just for fun. Porém, depois de Watchmen, Do Inferno, Piada Mortal e V de Vingança, nunca mais consegui sentir o mesmo gostinho que eu sentia, ria e me divertia com Guy Gardner (ainda um Lanterna Verde) na Liga da Justiça. Considero Watchmen uma das 3 melhores, ou melhor, uma das 3 mais impactantes (melhor é ainda mais subjetivo que impactantes) histórias em quadrinhos que eu li.
O documentário é bem interessante. Sabemos que Moore tem uma espécie de aversão a mídia cinematográfica, mas como participou da produção, conseguiu dar seu toque especial. Claro que iria ter sua cara, já que se tratar de um documentário biográfico autorizado por ele. Um fato curioso é que existem umas cenas de Watchmen no documentário, que nada tem a ver com o filme, que foram feitas pela produção do vídeo, com Rorschach em um telhado, observando a cidade, falando, ou melhor, pensando, exatamente como algumas passagens e textos dos quadrinhos. Uma cena muito boa por sinal, revelando um pouco, a importância que Alan Moore dá ao desenvolvimento psicológico de seus personagens (e cá entre nós, Rorschach é bem complexo nesse sentido).
Além de Watchmen, no documentário, que é de 2004, traz uma cena com trechos de V de Vingança e também de Constantine, que está retratado como deveria ter sido: loiro e britânico.
O documentário não é interessante. É MUITO interessante na verdade. Principalmente para conhecer um pouco do escritor, suas influencias, inspirações e a forma de pensar. O filme conta sua infância um pouco sofrida na classe operária, como os quadrinhos americanos de super heróis o fizeram exercitar sua imaginação e aliviar um pouco sua situação. Conta seu inicio de carreira, trabalhando como roteirista de tiras em quadrinhos e como foi acabar parando na DC Comics, suas influencias e como chegou a criar suas obras mais maduras.
A aparência de Alan Moore pode chocar os mais desavisados. Excêntrico, como grande parte dos gênios, com uma vasta cabeleira rebelde, anéis em seus dedos, como se fosse um verdadeiro mago, tirado das melhores histórias de fantasia. Aliás, fica claro a influencia cada vez maior que o estudo da magia e do esoterismo tem em sua vida. Muitas partes do documentário são relacionadas com cartas do tarô e seus arcanos, e Moore deixa bem claro que todo o trabalho artístico tem uma ligação muito forte com seu lado místico e espiritual, e que ultimamente tem se dedicado bastante a evoluir e se desenvolver em sua carreira de “mago”.
Acredito que veremos esse lado espiritual de Moore influenciar cada vez mais suas obras. Com isso, acho que podemos esperar conteúdos complexos, personagens bem explorados psicologicamente, e temas sempre atuais, lidando com o pior e o melhor do ser humano, nossos anseios, medos e desejos.
Eu vi esse documentário. Fã inveterado de Alan Moore n tinha como n gostar.
Quem dera eu ter a sorte de assistir !!!!!!
immimimimimimimi!!!!!!!!