Se você perguntar para qualquer pessoa que joga RPG há alguns anos quais são seus jogos preferidos, haverá uma chance considerável que entre eles esteja Call of Cthulhu. Assim como o mesmo nome irá figurar (com grande freqüência no primeiro lugar) nas listas dos melhores jogos já criados. O mais impressionante é que este mesmo RPG foi desenvolvido pela Chaosium há cerca de vinte sete anos atrás, com poucas modificações no sistema, ou seja, se pegarmos um suplemento publicado nos anos oitenta podemos facilmente joga-lo com a sexta edição do jogo (lançada em 2006). Isso ocorre por que as mecânicas simplesmente funcionam, e muito bem. Faço uma pausa aqui para citar um caso pessoal de um amigo meu, que não é um conhecedor de muitos jogos, mas se diverte com o hobby de forma ocasional. Este sujeito, um pouco antes de iniciar uma mesa one-shot de Cthulhu esta semana, me disse: “Não seria genial se inventassem um sistema simples? Sabe? Baseado em porcentagem?”, claro que lhe bati na cabeça por ter esquecido tão absolutamente da mesa que estava prestes a começar (e que o mesmo já havia participado antes), afinal o sistema inventado pela Chaosium é completamente baseado em porcentagens, usando um d100 (dois dados de dez faces, sendo um a dezena e outro a unidade) para todas as rolagens.
Citei esse exemplo por que ele tem ligação direta com o sucesso do sistema, nada nos é mais natural do que medir nossa capacidade por porcentagens (Eu tenho 60% de chance em um teste a respeito de meu conhecimento em antropologia). E de fato este tipo de mecânica funciona muito bem tanto com iniciantes, tanto com jogadores experientes. Claro que tamanho prestígio se deve também à ambientação, baseada no mundo de H.P. Lovecraft. Mas vale lembrar também que não apenas os monstros Cthulhescos ganharam a honra de portar estas mecânicas, pois a empresa já lançou, e licenciou diversos outro RPGs para o BRP.
De qualquer forma, parece que finalmente a Chaosium percebeu o potencial de seu sistema e irá transforma-lo em uma grande livro básico com regras ainda mais completas, visando se tornar o novo grande RPG genérico (como o GURPS). E o resultado é bastante impressionante, o livro se encontra no topo da lista de diversos sites especializados(ainda está na fase de pré-venda), e o BRP (Basic Roleplaying, o nome do novo jogo) está sendo extremamente bem comentando nos fóruns de RPG pela internet.
Assim que o livro sair, você pode esperar que o Ambrosia irá trazer uma nova notícia com as impressões deixadas pelo mesmo. Vale a pena comentar também que a empresa já confirmou os primeiros seis suplementos: Rome (Um jogo histórico que o transportará para os dias da república Romana), Interplanetary (uma aventura-cenário que se passa em 1920 e cobre todos os planetas do sistema solar), Fractured Hopes (Uma Fantasia Espacial passada em um tempo distante, onde a terra foi destruída e transformada em uma série de asteróides menores, com muita guerra e aliens), Mythic Iceland (uma fantasia passada nos reinos Vikings, com muito hidromel e Valquírias interessantes de se olhar), Chaos and Catacumbs (ao mesmo tempo uma sátira e uma versão melhor bolada de D&D) e por fim um caso especial, Deadworld. Este último livro sairá por uma segunda editora, a Seraphim Guard, que ou fez um acordo novamente com a Chaosium, ou a mesma irá tentar a tática da licença aberta para seus jogos, idéia que na verdade, veio da mesma, que foi a primeira a ceder suas mecânicas a outras empresas ainda nos anos oitenta.
Temos muito a torcer e esperar desse Basic Roleplaying System, aguardem mais notícias por aqui.
É, eu fui o autor do comentário do sistema baseado em porcentagem, mas convenhamos, já haviam se passado meses desde a última mesa que jogamos.
usar porcentagem nem sempre é bom!
Deamon tbm usa e é horrível! seu sistema, a ambientação é muito legal, o sistema….
de dar nós nos intestinos
bem, uma coisa de fato é o lixo que a Daemon produz, outra coisa é a Chaosium. Acredite, a porcentagem utilizada em Cthulhu sempre foi muito funcional.
adorei!
sou suspeito, mas gosto de porcentagens.
alem disso Cthulhu tem um sistema otimo.
So um comentario: muitos outros sistemas sao de fato baseado em porcentagem, mas usam diferentes escalas para facilitar a manipulacao dos numeros.
Quem está escrevendo o Mythic Iceland é um brasileiro que atualmente mora na Islandia. Numa dessas coisas engraçadas da vida.
Que bizarro…. Você conhece esse cara?
[re=875]Felipe Velloso[/re]: dá uma olhada na comunidade RPG Brasil do Orkut. Ele é ativo por lá. Se chama Pedro Ziviani.
Que coisa, essa do brasileiro eu não esperava. Mas legal o livro, espero poder comprar de preferencia traduzido, do contrario quando dolar deixar.
Dai compro o CoC que nunca joguei, mas tenho muito vontade!
Ele seria melhor ou diferente do que o nWoD?
bem diferente com certeza…. melhor eu não sei, são muito distintos, acho o basic mais realista…