Esta semana foi lançado oficialmente o novo RPG de ficção científica da Catalyts, Eclipse Phase, um jogo que usa o futuro trans-humanista como pano de fundo. Já falamos um pouco sobre ele no passado, e eis que finalmente ele foi lançado. Irei discutir um pouco melhor a obra abaixo, depois do release oficial do livro:
“Sua mente é um software. Programe-a.
Seu corpo é uma casca. Transforme-a.
A Morte é uma doença. Cure-a
A extinção se aproxima. Combata-a.”
Eclipse Phase é um jogo pós-apocaliptico de conspiração e terror. A humanidade está aprimorada e mais avançada, mas também mais cansada e amargamente dividida. A tecnologia permite a re-formatação de corpos e mentes, mas também cria novas oportunidades para opressão e coloca a capacidade da destruição em massa ao alcance das mãos de todos. E outras ameaças espreitam nos habitats devastados da queda, perigos tanto familiares quanto alienígenas. Nesse cenário brutal, os jogadores participam de uma facção chamada Firewall que visa proteger a trans-humanidade de ameaças internas e externas. Ao longo do caminho eles se encontrarão caçando por tecnologias valiosas em um habitat estreito saindo de órbita, se arriscando nos terrenos infernais de uma Terra destruída, ou seguindo os passos de um terrorista através de estação militares em locais isolados. Jogadoras podem inclusive entrar em um portal de Pandora, wormholes para estrelas distantes e para os segredos alienígenas nos confins.
O Sistema de Eclipse Phase
- Eclipse Phase usa d100/dado de porcentagem com algumas mudanças. It’s rápido e simples; tão polido para os jogadores que eles poderão mergulhar no mundo e na ação sem precisar se preocupar com o fardo das regras complexas.
- Personagens são baseados em perícias, não existem classes, portanto jogadores poderão customizar os seus papéis no grupo e escolher as especializações que quiserem.
- Um focado set de regras para psiquismo permite que os personagens melhorem suas habilidades cognitivas.
Eclipse Phase para Jogadores:
- Interprete um papel em uma conspiração secretiva e perigosas que busca a salvação da trans-humanidade.
- Troque seu corpo a vontade, de modificação geneticamente até aquisições robótico-sintéticas, otimizando seu personagem para as missões que irá realizar.
- Faça Backup da sua mente e seja restaurado em caso de morte, um sistema integrado de “save points” e imortalidade funcional.
Eclipse Phase para Narradores
- Um cenário construído para vários tipos de crônicas, de intrigas baseadas em facções até dungeons high-techs, de mistérios que arranham a mente até perigosas explorações de mundos alienígenas através de wormholes.
- Um eclético grupo de intrigantes facções, de tecno-anarquistas a hypercops futuristas, de mercadores de alma criminosos até animais elevados.
- Uma ampla gama de antagonistas para escolher, incluindo AI rebelados, facções pós-humans extremas, aliens com suas próprias agendas e trans-humanos infectados e transformados pelo vírus Exsurgent.
Eclipse Phase: creative Commons
- O texto de Eclipse Phase “As regras e o cenário” está disponível sob Creative Commons Attributiom, de compartilhamento não lucrativo.
- O que dará aos fãs a habilidade de criar e compartilhar material gratuito para Eclipse Phase, sejam aventuras concebidas em casa ou hacks e remixes das regras básicas do jogo.
A coisa mais interessante é que qualquer um pode dar uma olhada no livro, baixando seus torrents legais, que vêm com o pdf do básico, uma ficha e um pdf explicando o Creative Commons e a legalidade do torrent. Ainda sim, você pode comprar o PDF (15 U$) ou o livro impresso (U$ 50) para ajudar a financiar o jogo, e sinceramente, o livro parece bem acabado e bonito e merece ser adquirido em sua versão em capa dura e colorido, ainda que ela esteja um pouco cara para nossos padrões.
Acredito que o pouco do que eu vi do cenário e da folheada rápida que passei no mesmo, estamos diante de um verdadeiro jogo futurista, com temáticas e estéticas pertinentes ao nosso mundo e ao que esperamos dele. Digo isso, por que praticamente todos os RPGs de ficção científica acabam ganhando aquele toque (e por que não charme) do futurismo retrô, onde obviamente a sociedade apresentada não poderia ser uma continuação de nosso presente, e sim uma realidade alternativa. Cyberpunk, Steampunk e outros mais. O lema do jogo é o transhumanismo (ou seria trans-humanismo?) um movimento cultural e intelectual que endossa o uso da ciência e da tecnologia para o aprimoramento humano.
O sistema parece bastante interessante e funcional, mas não tive a chance de lê-lo a fundo ou experimentá-lo (e mais uma vez convoco jogadores e narradores cariocas e me mandarem um email se quiserem fazer um playtest do mesmo). Até por que acabo de comprar Dark Heresy, que mal ou bem também é um RPG de ficção científica e que já vai me tomar um bom tempo para ler. Ainda sim, recomendo a leitura, mesmo breve e sem detalhes, do Eclipse Phase a todos os rpgistas e fãs de sci-fi em geral.
Parece um bom jogo.
Uma boa aquisição, sem dúvida. Beixei o PDF e estou lendo com prazer. O bom é que não vou precisar de outros tipos de dados, tenho D10 sobrando!hehehe
“Até por que acabo de comprar Dark Heresy, que mal ou bem também é um RPG de ficção científica e que já vai me tomar um bom tempo para ler.”
Bonzinho você, hein, Felipe? “Ficção científica” e “um bom tempo pra ler” são bondades suas 😀
Eu comprei esse trambolho tem um mês atrás e só não me arrependi porque não faz sentido se arrepender antes de ler o negócio todo. Mas convenhamos, (1) ficção científica sim, mas antes disso ele é um RPG de fantasia medieval mal disfarçado; (2) ele consegue ter mais tabelas do que D&D; (3) “bom tempo pra ler” o caramba, vai demorar meses 😉 Por causa de tudo isso ele foi pro fim da fila de testes, e desconfio que Dark Heresy é para o jogador médio de D&D mesmo, e não pra fãs de ficção científica e/ou sistemas mais simples.
Desconfio que esse Eclipse Phase vai ser bem mais do meu agrado…
Durante o desenvolvimento do Eclipse Phase, foram liberados vários textos em seu blog oficial comentando alguns dos conceitos trabalhados nesse livro, muitos deles abordados nas mais recentes obras de ficção científica, inclusive as denominadas hard. Parece que a Catalyst Game Lab está investindo forte em abarcar os mais variados nichos da ficção científica no RPG, com títulos como BattleTech, CthulhuTech e Shadowrun.
Fábio, realmente Dark Heresy não é a melhor opção nem para fãs de ficção científica nem para os de sistemas simples. Apesar dos elementos futuristas, o cenário de Warhammer 40000 tem toda a pegada dos séculos XVI-XVII tanto visualmente quanto nos temas, como por exemplo uma Inquisição forte e corsários temerários travando batalhas nos confins. Quanto às regras, sua base foi o sistema da segunda edição do Warhammer Fantasy Roleplay, com suas porcentagens e tabelas, algo que passa longe das inovações que sistemas mais recentes nos trouxeram.
Quanto a agradar ao fã médio de D&D, tenho lá minhas dúvidas. Enquanto em D&D as regras oferecem várias alternativas de poder aos personagens, que também são em sua maioria identificados com o lado “bom”, tanto em WFRP quanto W40K elas costumam ser bem letais, não sendo raras as mutilações – que são inclusive um dos pontos cobertos pelas tabelas;) Acho que ele tem mais potencial para agradar fãs de Call of Cthulhu, já acostumados com regras mais nesse estilo e alta letalidade.
Mas ainda quero ver como o Dark Heresy se sai na mesa de jogo. Se tudo der certo, em setembro devo fazer um playtest usando uma das aventuras introdutórias disponíveis no site da editora. Dependendo do resultado, parto para uma leitura mais dedicada e quem sabe uma crônica.
Aliás, se quiser testar o Eclipse Phase e precisar de jogadores, é só falar!