Entrevista: John Newman autor de Geist: the Sin Eaters

Hoje, a comunidade online de rpgistas a qual faço parte RPGBomb chamou seus membros para um chat entrevista com um dos escritores da White Wolf responsáveis por Geist: The Sin Eaters, John Newman. Fiquei muito feliz de ter tido essa oportunidade para conversar com ele, que escreveu muitos dos meus livros favoritos do novo WoD (Banishers, Adamantine Arrow, Inferno, Armory Reloaded, Equinox Road, Hunter e outros). A entrevista foi realizada a muitas mãos, com perguntas minhas, de KillerDM, IRonin e de outros usuários do RPGbomb.

KillerDM: Por favor nos fale um pouco sobre você antes de começarmos.

John Newman: Olá, meu nome é John Newman, eu vivo em Cleveland, e venho escrevendo para a White Wolf há três anos. Geist é a ultima série limitada a ser lançada pelo Lobo branco e é focado nas atividades dos Devoradores de Pecados: pessoas que se tornaram atadas com uma entidade fantasmagórica que chamamos de Geist. Em adição ao livro principal, será lançado um suplemento “Book of the Dead” mais tarde este ano.

Ambrosia: As linhas limitadas anteriores possuíam um número maior de livros suplementares, porque Geist terá apenas dois?

John Newman: Ethan Skemp, o desenvolvedor da linha Geist, decidiu que as informações cobertas no livro básico e no BotD já eram suficientes para se jogar. As linhas limitadas sempre foram experimentais, e nesse caso o experimento é uma aproximação minimalista que deixa o jogo em aberto para os jogadores.

Dreazie_Mobbins: O que você mais gosta em Geist?

John Newman: Eu acredito que o aspecto mais interessante de Geist é que os protagonistas não são necessariamente monstros. Ao contrário de várias outras linhas, Devoradores de Pecados possuem a capacidade de serem bons ou maus por si próprios, eles não são levados a nenhum extremo por sua natureza sobrenatural. Devoradores são geralmente mais celebrantes da vida e otimistas, mesmo com a ênfase que este jogo dá a morte.

iRonin: O que você sente que Geist adiciona ao mundo das trevas em termos de experiência de interpretação?

John Newman: Geist adiciona um elemento de lidar com o horror pessoal na base de tormar decisões, parcialmente por causa do Geist em sua cabeça e parcialmente formando pelos seus próprios desejos. Ele abre uma oportunidade para que a interpretação seja mais sobre o personagem do que sobre os impulsos do personagem. Ao contrário do jogos de mortais, a maioria das linhas da WW tende a impulsionar um personagem para certa direção apenas por que ele possui um condição sobrenatural. Devoradores não possuem isso.

Ambrosia: O que você pode nos contar sobre o suplemento: “Book of the Dead”?

John Newman: BotD é um livro sobre o Mundo Inferior. O apêndice no final do livro básico de Geist fala um pouco sobre esta região em termos mais gerais, este livro mergulhará em seus detalhes.

TadK: Como um escritor freelancer, como você se sente ao trabalhar com tantas pessoas a distancia?

John Newman: Eu nunca estive na sede da White Wolf! Mas o lance de ser freelancer tem dado muito certo. Os escritores tendem a trabalhar juntos em uma lista privada na internet onde podemos comparar notas e nosso trabalho, oferecendo sugestões e sacaneando uns aos outros.

iRonin: Que parte de Geist você gostou mais de escrever?

John Newman: Eu gostei de escrever tudo. Mas digamos que se eu fosse pressionado diria que as habilidades inatas dos devoradores foram as que eu mais gostei.

KillerDM: Por favor nos fale um pouco sobre essas habilidades…

John Newman: Minha intenção eram garantir que os Devoradores de Pecados fossem os Reis em termos de lidar com os mortos no WoD. Então, coisas como ser possuído por seu geist para entrar em estado de crepúsculo e conseguir falar com todo tipo de fantasma independente de sua língua mãe. Ou poder ser ressucitado no evento da própria morte, ainda que alguém vá morrer quando isso ocorrer. A primeira coisa que um Devorador vê ao voltar dos mortos e como a pessoa que morreu por ele se foi.

KillerDM: Como Geist afeta o WoD como um todo?

John Newman: Como o WoD foi desenvolvido para ser uma caixa de ferramentas, ele realmente só afeta o mundo na medida que seu narrador desejar. Certamente Devoradores de Pecados poderiam interagir ou enfrentar vampiros e magos em particular, principalmente quando estes estão envolvidos com fantasmas ou coisas relacionadas a morte, mas não existe regra ou palavra final de nossa parte.

iRonin: Como acontece em toda jornada longa, o conceito final de um produto acaba se modificando no caminho. Quais foram as coisas que acabaram não chegando na versão final do produto?

John Newman: Ethan queria colocar uma coisa relacionada a Cadilaques (Muscle Cars) em Geist, com a idéia de que estes carros eram uma forma simbólica em que os estadunidenses celebravam a vida. Mas isso não funcionou tão bem no final, ainda que alguns autores tenham conseguido reter pequenos pedaços desta idéia. Além disso, acho que tudo que foi escrito ficou lá. Geist são 300 páginas de bom material. Inclusive acredito que o livro seja o básico mais bonito que a White Wolf já fez.

Ambrosia: Você está trabalhando em novos projetos? Poderia falar um pouco sobre eles?

John Newman: Eu trabalhei recentemente em The Unbidden ( o livro da série Night Horrors para Mage: the Awakening) e WoD: Mirrors. Eu acredito que as pessoas vão gostar de Mirrors quando este for lançado, mas eu não posso falar muito sobre isso além de que não é o que as pessoas esperam.

iRonin: Que tipo de SAS podemos esperar para Geist?

John Newman: Eddy Webb já lançou dois pequenos SAS e promote ter mais dois a caminho muito em breve, e é claro, existe o Quickstart no site da WW.

Ambrosia: Em dois dias, o “novo” mundo das trevas irá completar cinco anos desde seu lançamento. Qual foi a melhor parte de trabalhar nele? Você mudaria alguma coisa se fosse possível? E o que você faria para os próximos cinco anos?

John Newman: Cinco anos???? Já??? Loucura. Eu acredito que algumas das coisas iniciais sofreram um pouco de uma visão mais rasa do que o WoD seria, mas não acredito que esse tipo de problema pudesse ser evitado. O Wod irá continuar a crescer e se expandir, mesmo que nós acabemos com ele. Os fãs produziram todo tipo de material interessante sozinhos.

Ambrosia: Você poderia dizer pelo menos alguma coisa sobre o que esperar de Mirrors?

John Newman: Eles me fizeram assinar esse contrato sabe? Doninhas com raiva (a doença) faziam parte do acordo. Elas tem gosto por sangue de freelancers e a próxima coisa que você percebe, é que perdeu seus dedos e que não é possível encontrar sua calça.

(Neste momento outro freelancer da WW, que também escreveu Geist, Jess Hartley diz que o contrato das doninhas é horrível e que lhe dói só de pensar nele)

Ambrosia: E sobre Night Horrors: The Unbidden você pode nos falar um pouco a respeito?

John Newman: Unbidden é o livro de antagonistas de mago, e é em suma semelhante aos demais livros da série Night Horrors. Ele serve de fonte de inspiração aos narradores e jogadores.

iRonin: Se você pudesse escolher, em que linha do WoD gostaria de trabalhar?

John Newman: A única linha na qual não trabalhei foi Vampiro. Por opção mesmo, ainda me sinto meio queimado e cansado por causa da Máscara.

Jess Hartley: De todas as coisas que você escreveu qual é a sua favorita? Você tem um projeto que é o seu xodó?

John Newman: Eu adorei trabalhar em Geist e em Witchfinders mais do que a maioria das coisas que já fiz. Banishers seria de perto um terceiro lugar. Eu gosto de experimentar com sistemas e principalmente gosto de explorar questões como fé e magia.

iRonin: O que você tem jogado em casa?

John Newman: O mais legal entre os escritores da WW é o fato deles jogarem os jogos que escrevem e se divertirem tanto com o WoD quanto todos os outros fãs. Fora eles, tenho jogado também Changeling: the Dreaming, A Song of Ice and Fire e estou me preparando para narrar Unhallowed Metropolis.

Ambrosia: Você parece gostar de trabalhar em Mago: O despertar. Por acaso é a sua linha favorita? Como você pensa que a linha se desenvolveu nos últimos cinco anos?

John Newman: Eu acredito que mago transitou realmente bem de um jogo que possuía elementos que não eram apelativos para todos, para um jogo maior e com apelo maior. Livros como Banishers ajudaram Mago a se afastar de um paradigma atlante único. O livro básico de mago era um pouco seco, ainda que possuísse excelentes sistemas e idéias. Tome of Mysteries fez um grande trabalho ampliando-o. Eu comecei a trabalhar em mago apenas no livro básico dos Flechas Adamantinas (Adamantine Arrows), então eu tenho um certo carinho pelos magos guerreiros.

Ambrosia: E qual é o seu caminho favorito?

John Newman: Eu gosto dos Acanthus. Eu sempre me envolvi com coisas feéricas, e a influencia feérica foi um adicional para mim.

Ambrosia: Changeling também é um jogo fantástico. Você tem favoritos nesta linha?

John Newman: Eu gostei muito de Equinox Roads. E em termos de personagens gosto dos Wizened e das cortes do Outono e Inverno.

Obrigado pelas perguntas, tenho de correr. Foi um grande prazer.

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