Finalmente, depois de tanta espera saíram os resultados do Indie RPG Awards deste ano, que premia os melhores RPGs independentes lançados em 2008. Ao contrário dos ENnies e do Origins, o Indie é um prêmio que eu realmente curto e anseio por saber os resultados. Ele tem a vantagem de ter um júri competente (vantagem do Origins) e ser completamente voltado ao RPG (vantagem do ENnie), além de dar uma chance a jogos que do contrário receberiam pouca divulgação (ainda que este ano o grande vencedor tenha se tornado um bestseller). Irei colocar meus comentários sobre os vencedores enquanto divulgo a premiação separada por categoria.
O Jogo Indie do Ano:
1° – Mouse Guard por Luke Crane and David Petersen (49 pontos)
2° – 3:16 Carnage Among the Stars por Gregor Hutton (41 pontos)
3° – Hot War por Malcolm Craig (22 pontos)
Mouse Guard, como no Origins, levou o grande prêmio da noite. Ainda que tenha sido seguido por perto pelo segundo colocado. Mais uma vez os ratinhos provaram sua força e caíram nas graças do júri. Com um livro luxuoso de sistema simples e dinâmico, podemos afirmar certamente que Mouse Guard foi a grande surpresa do ano em termos de RPG, arrebatando os principais prêmios da indústria (tendo polemicamente superado o D&D no origins).
Carnage Among the Stars é citado pelo concurso como o melhor jogo do ano em termos de se sentar e jogar uma partida rápida e sem preparação prévia. Já Hot War, a continuação do excelente “Cold City” (que recebeu a prata do ano passado), ficou em terceiro (e já chegou aqui em casa tem um tempinho, mas não consegui narrar uma sessão do mesmo), um desempenho, confesso abaixo do que eu esperava, dado a excelência do material.
Melhor Suplemento Indie
1° – Don’t Lose Your Mind por Benjamin Baugh (62 pontos)
2° – Magic Burner por Luke Crane ( 60 pontos)
3° – Obsidian Portal por Micah Wedemeyer ( 25 pontos)
Como é possível constatar pela pontuação, o primeiro e o segundo lugar disputaram cabeça à cabeça o prêmio. No fim, o primeiro suplemento de Don’t Rest Your Head (que não levou o Indie em 2006) acabou tomando a melhor do compêndio mágico para Burning Wheel. O terceiro colocado, pouco votado, é um portal online para o jogo Obsidian. Acredito que tenha sido uma premiação justa, e é bastante interessante um site levar um prêmio nessa categoria.
Melhor Jogo gratuito de 2008:
1° – Sea Dracula por Jake Richmond, Nick Smith ( 55 points)
1° – Sufficiently Advanced by Colin Fredericks ( 55 points)
2° – Mutant Future by Daniel Proctor and Ryan Denison ( 31 pontos)
Nunca joguei nenhum dos três, mas achei interessante ter um empate. O primeiro jogo, Sea Dracula inclui uma Girafa advogada dançarina. WTF?????
Maior suporte:
1° – Mouse Guard por Luke Crane and David Petersen (37 pontos)
2° – Don’t Lose Your Mind por Benjamin Baugh (23 pontos)
3° – 3:16 Carnage Among the Stars por Gregor Hutton (18 pontos)
O Jogo que deu mais suporte para seus jogadores. Mouse Guard levou o ouro na categoria graças ao seus fóruns muitos ativos e um wiki criado para ajudar os fãs. Os demais vencedores se encontram no mesmo caso, todos se destacaram pelo grande suporte online.
Melhor Produção:
1° – Mouse Guard por Luke Crane and David Petersen (64 pontos)
2° – 3:16 Carnage Among the Stars por Gregor Hutton (22 pontos)
3° – Hot War por Malcolm Craig (17 pontos)
O prêmio dado para o jogo mais bonito, mais bem finalizado e com os textos mais compreensivos. Mouse Guard foi mais uma vez o grande campeão, conseguindo mais pontos do que o segundo e o terceiro lugar somados. De fato a qualidade gráfica do livro, é bastante rara de se encontrar em produções independentes. Lembrando que a capa de Carnage Among the Stars era uma das cinco competidoras nos ENnies.
Jogo mais inovador:
1° – Sweet Agatha por Kevin Allen Jr. (49 pontos)
2° – In a Wicked Age: sword & sorcery roleplaying por Vincent Baker ( 22 pontos)
3° – 3:16 Carnage Among the Stars por Gregor Hutton (16 pontos)
O Prêmio mais diversificado da noite. O vencedor, Sweet Agatha é uma ficção narrativa que promete intervir na tendência dos jogos Indies e virar um pouco as coisas. O Jogo, uma busca pela desaparecida Agatha do título tem seu inicio assim que você começa a ler o livro, e aos poucos vai tendo de descobrir pistas (vindas em objetos com o jogo) e reunir amigos para lhe ajudar na busca. O segundo colocado promete ser a combinação entre o Hack and Slash old school e a interatividade e profundidade de história. Fechando mais uma vez no ranking, Carnage among the Stars, que traz sistemas de flashbacks bem dinamizados e outras novidades.
Últimos pensamentos:
O grande campeão da noite foi Mouse Guard, o que sinceramente não foi uma grande surpresa. Será que todo esse imenso sucesso lá fora não pode dar uma chance de uma editora menor publicá-lo por aqui? A grande surpresa mesmo ficou com 3:16 Carnage among the Stars, que se saiu bem em quase todas as categorias, desconhecia o jogo e fiquei realmente curioso com o sucesso do mesmo. Espero poder joga-lo um dia. Minha decepção foi Hot War da Contested Ground, o jogo promete tanto e não parece ter impressionado os juízes. Acredito que isso pode ter acontecido devido a semelhança e por ser um descendente direto do excelente Cold City.
Ainda sim, ao contrário dos ENnies, fiquei bastante feliz e entusiasmado com a premiação do Indie deste ano. Agora, nos resta uma longa espera até o ano que vem.
Vale lembrar Sea Dracula é da Atarashi Games que tambpem produziu Classroom DeathMatch que ganhou o mesmo prêmio do Sea Dracula no ano passado.
Excelente post! Obrigado. 🙂