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Hot War: Um novo mergulho nos RPGs de Horror!

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Há alguns dias, o site Flame Rising, começou a divulgar os previews do novo RPG da desenvolvedora britânica Contested Grounds Studios, o Hot War. Para o público brasileiro, que em geral desconhece a marca, a mesma é responsável por três jogos excelentes que saíram nos últimos anos, são eles a|state, Mob Justice e Cold City. O primeiro, se passa em uma visão depressiva de futuro, dominado por corporações e miríades de conspirações. Ele sai do clichê dentro das temáticas pós-apocalipticas, alguma coisa aconteceu que destruiu a realidade como conhecíamos, a tecnologia é limitada e o desconhecido está em todos os cantos. Não há em quem confiar e você não possui identidade, mas alguma coisa em seu amâgo te faz o seu próprio pior inimigo. Com as mecânicas bastante voltadas para interpretação, o jogo tem uma base sólida na construção de uma identidade para o personagem, feita através de uma grande lista de questões. A|state rendeu a Contested, o prêmio de melhor jogo do ano no Indie RPG awards. O segundo livro básico produzido por eles foi Mob Justice, que se passa em uma versão do nosso mundo onde a lei seca nunca acabou, e a máfia secretamente conquistou o governo americano. Os principais temas aqui, são a conspiração e a ultra-violência. O último jogo, Cold City, eu deixarei para comentar mais adiante, já que ele possui uma relação direta com Hot War. Eis a premissa do jogo:

Em outubro de 1962, a guerra fria se tornou quente. No entanto ela não consistiu apenas de um holocausto nuclear. Outras tecnologias, escondidas do olhar público, desenvolvidas na Alemanha do III Reich e depois recuperadas clandestinamente pelos britânicos, franceses, americanos e soviéticos. Estas tecnologias eram distorcidas e esotéricas, fundindo ciência, loucura e ocultismo. Elas criavam rasgos na realidade, criavam monstros horríveis, levavam homens e mulheres além de sua sanidade e deixava este lixo pelo continente.

Hot War é um jogo sobre o porvir deste horror, sobre sobreviventes, facções, agendas ocultas, confiança e traição. Tudo isso se passa na cidade de Londres, no inverno congelante de 1963, um ano depois da guerra. A vida foi modificada para sempre. A população foi drasticamente reduzida, os serviços essenciais não existentes, comida e outros produtos são submetidos a severos racionamentos tanto dentro quanto fora das fronteiras da cidade, coisas horríveis ainda acontecem.

No meio dessa situação os personagens jogam com os SSG (Special Situations Group), que é composto por militares, policiais e civis e tem como inviável função caçar monstros, aqueles que os criam, homens poderosos e insanos, terroristas, traidores, espiões e todo tipo de ameaça.

O SSG veio a existir por meio de um decreto do governo alguns meses depois do início da guerra. Quando Londres e a região sul se estabilizaram em algum grau, as autoridades foram possibilitadas de voltar seus olhos para algo além da sobrevivência básica, e ao contemplar os horrores que agora habitavam o mundo, uma unidade de especialistas foi criada para se lidar com estes.

No entanto, assim como Londres, o SSG está completamente desestruturado pro faccionalismos, egoísmo e traições. Os militares, o governo, a polícia e dúzias de outros grupos estão em luta pelo estabelecimento de uma supremacia nesse mundo do pós-guerra, lutando sobre migalhas, e apunhalando as costas um dos outros. Cada personagem participará de uma facção diferente e terá seus próprios propósitos ocultos, que eles irão perseguir a mercê de seu grupo de trabalho.

O livro básico de Hot War, trará diversas criaturas como antagonistas, dentro destas, podemos encontrar seres como estes apresentados a seguir:

Tropas de Baioneta

Conhecidos por terem se infiltrado em Londres ainda no início da guerra, as Tropas de Baioneta receberam este nome pela maneira doentia pela qual suas vítimas foram perfuradas até a morte. Sua aparência, à distância, parece normal. No entanto, um olhar de perto, revela que estes possuem juntas demais em seus braços e pernas, e seus uniformes se movem com coisas crescendo e se contorcendo nos lugares errados. Suas faces são ocultadas por algo que parece uma combinação de máscaras de gás com um capacete, que contem um vapor pressurizado de cor esverdeada.

As tropas de baioneta são conhecidas por operar apenas com esquadrões, e parecem preferir cumprir suas ordens a noite. Diversos foram capturados vivos, mas eles morrem rapidamente após lhes retirarem os capacetes. Com estranhos rostos de criança e pequenas bocas tossindo, eles compõem uma visão terrível.

Cientistas concluíram que as tropas de baionetas são essencialmente, uma arma de assalto dispensável. Eles parecem incapazes de se alimentar, simplesmente caçando e matando até morrerem de fome. O que levanta uma pergunta essencial que tem deixado o governo perplexo: se eles vivem por tão pouco tempo, como estes ainda estão sendo encontrados?

Creeps (asquerosos)

Os Creeps são um enigma. Vestido em uniformes soviéticos e gaguejando em um russo errado, eles parecem não ter nenhuma aliança com seus supostos “mestres”, atacando a tudo e a todos com uma intensidade maníaca.

Eles parecem em uma primeira olhada, bastante humanos, ainda que suas peles pareçam secas e passadas, com o aspecto de uma doença como psoriasis ou eczema. Todo Creep que já foi submetido a uma autópsia possuía eletrodos que percorriam da base de seus pescoços até o cérebro. Conectados a ele, uma longa antena descia pelo lado direito das costas, embaixo da pele. Para qual propósito isto foi criado não se sabe.

Creeps ainda aparecem em números grandes, então é de se supor que eles vêm de algum lugar. Estranhamente, também houveram encontros com monstros bastante similares, ainda que usassem o uniforme típico dos soldados britânicos.

Servidores

Horríveis, fluídos, massas negras flutuantes que destroem e pulverisam tudo em seus caminhos, os assim chamados servidores são dolorosos de se encarar e terrivelmente duros de se matar. Pior do que isso, ninguém conseguiu descobrir até agora o que estes seres são ou do que eles são feitos.

É bastante certo que os Servidores não venham de nosso mundo, e que estes tenham sido trazidos aqui de um outro lugar. Rumores dizem que os cientistas britânicos também sabiam da existência dessas criaturas e estavam tentando desenvolve-las como armas de guerra. Ninguém no departamento científico dá alguma declaração. Dizem que a bomba nuclear que explodiu na costa sul, foi lançada de forma proposital para destruir um servidor gigantesco que estava vindo em direção de Londres, mas não há informações sólidas sobre o incidente. As criaturas (se elas são mesmo vivas) ainda podem ser encontradas se movendo (aparentemente de forma aleatória) pelos campos ingleses. Elas foram avistadas também nos subterrâneos londrinos, fluindo através dos túneis, resultando numa praga de ratos desabrigados pela cidade.

Hot War me parece ser uma continuação do excelente Cold City, cujo o cenário se passava na Berlim, pós segunda guerra, onde um grupo formado pelos aliados, investigava as dezenas de experimentos doentios e monstruosos, feitos pelo III Reich. Assim como no novo jogo, os personagens faziam parte de unidades de uma organização especial que enfrentam todo tipo de horror macabro e sinistro, desenvolvido nos laboratórios e sanctums Nazistas. O jogo, bastante voltada para as relações humanas e suas interpretações diante dos estrategemas políticos e do medo, possuía uma mecânica simples, e quase não envolvendo dados. Os personagens tinham apenas três atributos (um mental, um social e um físico) que variavam de um a cinco e eram complementados por skills sem pontuação e meramente narrativísticas (como bom atirador de alvos em movimento, ou racional e frio durante situações tensas) criadas inteiramente pelo jogador.

A revista de Mike Mignola, B.P.R.D., é com certeza uma influência para o RPG, e a minisérie 1946 é exatamente a respeito do conteúdo de Cold City (uma equipe de nacionalidade mista explorando os perigos místicos-científicos nos subterrâneos de Berlim), e eu a recomendaria a aquele que busca por inspiração para desenvolver histórias nesse cenário.

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