Nesta sexta feira, o site oficial da White Wolf liberou mais uma pequena prévia de Geist. Felizmente a cada dia acabamos tendo acesso a mais um pouco de informação. O que nos possibilita a construção de um quadro bastante interessante. A nova prévia, ainda que tenha pequenas seqüências de ficção um tanto fracas, possuem uma boa apresentação sobre o tema.
“KHAQQ chamando Itasca. Nós devemos estar perto de você, mas não conseguimos vê-lo. A gasolina está acabando.” Amelia Earhart, última transmissão de rádio confirmada.
Um homem dirigindo em uma estrada deserta pela madrugada olha para uma menina parada no acostamento. Ela está sozinha, vestida como se estivesse indo para a festa de formatura. Ele pára para dar uma carona a ela, que lhe conta que seu carro quebrou e que seu namorado a deixou há horas para buscar ajuda. Eles conversam enquanto ele dirige, falam sobre amor e sobre a vida, sobre se agarrar às pessoas que já passaram de seu tempo. O homem assegura a ela que às vezes a melhor coisa a se fazer é deixa-las ir, deixa-las seguir adiante. Ele diz a ela que seu pai a ama muito, e que ele sempre se lembrará dela. Conforme o carro passa pelo cemitério, o homem olha para o banco de passageiro e se vê sozinho no carro. Ele sorri, e sussurra uma pequena prece para que a alma da menina encontre seu caminho, e segue dirigindo. Existem mais andarilhos perdidos que devem ser levados para a casa.
Em uma noite sem lua em um velho cemitério atrás de uma igreja, três homens e duas mulheres se reuniram com lanternas e pás como personagens de um filme de Frankenstein. O homem enterrado aqui era alguém realmente mau enquanto vivo. Ele se tornou ainda pior durante sua morte. Os cinco estavam em acordo: não poderia haver redenção para este homem, nenhuma resolução para seu conto. Só poderia haver um fim. Um deles abre uma caixa com sal enquanto os demais começavam a cavar.
Eles dizem que a antiga casa dos Van Der Meer no final da rua é assombrada. Que o Velho Van Der Meer era um feiticeiro e um canibal, dizem que sua mulher o traía com o próprio demônio. Ela deu a luz a um filho duas vezes mais cruel do que seu pai, e em uma noite de Halloween o garoto pegou a faca favorita de seu pai e saiu em um frenesi. Primeiro ele matou seu pai, depois sua mãe. Então ele seguiu os servos pela velha casa e matou a todos. Um por um. Quando terminou, ele seguiu a velha trilha de caça até o penhasco do Enforcado, onde treze anos antes sua mãe havia o concebido. De lá ele se jogou no rio e morreu afogado. Quando você passa pela velha casa dos Van Der Meer alguma coisa na sua cabeça sussurra com a voz de um menino de treze anos: “Você está em casa de novo, Em casa de novo, Jiggty jig”.
Você já ouviu uma história de fantasmas? Talvez em volta de uma fogueira numa floresta escura, contando lendas do fantasma com a mão de gancho que espreita a floresta na busca por crianças para se alimentar. Talvez no completo breu de um banheiro, cantando “Blood Marry” para o espelho como medo (e secretamente esperança) que ela apareça. Talvez até mesmo em uma mesa com os amigos, contando histórias compartilhadas sobre os mortos inquietos. Nós amamos histórias de fantasmas, não por que elas nos assustam, embora o arrepio seja uma parte inevitável da diversão. Mais do que isso, nós amamos histórias de fantasmas por que, de uma maneira perversa, elas nos dão esperança. Se nossas almas podem assombrar o mundo depois que já estivermos mortos, isso significa que existe realmente alguma coisa além desta vida. Pode até não ser o brilhante paraíso que algumas religiões anunciam, mas pelo menos é alguma coisa, algum sinal de existência contínua depois que nossas frágeis cascas mortais cessam de ser.
Ao mesmo tempo, a maioria das histórias de fantasmas são vinculadas ao fato de que eles (os mortos) desejam alguma coisa. O que os mantêm no mundo são negócios não resolvidos, uma necessidade latente herdada da sua vida prévia. Pode ser ver suas crianças crescerem seguras, ou pode ser ter seu primeiro romance publicado, ou até mesmo algo simples como vingança contra aquele que os matou. Histórias de fantasmas nos lembram de aproveitar a vida enquanto ainda a temos, por que se nós continuarmos para além da cova, o que quer que venha depois é apenas um eco pálido, uma imitação de quando estávamos vivos.
Geist: The Sin Eaters é um jogo sobre esse tipo de história de fantasma. É um jogo sobre morte, mas também sobre uma vibrante e passional vida. É um jogo sobre términos, mas também sobre resoluções (e não, não é necessariamente a mesma coisa) e novos começos. É um jogo sobre os vivos e sobre como a proximidade com a morte pode sobrecarregar a sua vida. É um jogo sobre correr riscos e buscar emoções, sobre crânios memento mori de açúcar e beber rum em uma encruzilhada. Comer, beber, e celebrar, pois amanhã nós morreremos. Encare o esquecimento (oblivion) nos olhos e cuspa sob ele.
Geist será lançado no dia 5 de agosto e o primeiro Quickstart vai ao ar no dia 25 de junho.