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Minissérie “Maya e os 3 Guerreiros” é uma aventura épica imperdível

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As minisséries da Netflix estão cada vez melhores. Tomemos como exemplo “Inacreditável”, “Olhos que Condenam” e as recentes “O Gambito da Rainha” e “Maid”. Por isso, não é de se espantar que o mesmo selo de qualidade seja impresso às minisséries animadas, das quais se destaca “Maya e os 3 Guerreiros”.

A aventura começa no dia do aniversário de 15 anos de Maya, que também é o dia de sua coroação como princesa do Reino de Teca. O deus da guerra, Lorde Mictlan, envia emissários para acabar com a festa e divulgar um segredo sobre a origem de Maya. O confronto com o poderoso lorde leva os três irmãos de Maya à morte, e ela promete se vingar. A perda também faz com que Maya reinterprete uma velha profecia e saia em busca dos três mais poderosos guerreiros de reinos vizinhos para destruir o Portal Divino. Pelo caminho, diversos deuses tentarão pará-la.

No elenco original de vozes, temos nomes como Zoe Saldaña, Diego Luna, Gael García Bernal, Stephanie Beatriz e Rita Moreno. Diego Luna dublou seu personagem, Zatz, nas versões em inglês e espanhol. São ao todo nove episódios, ou, como o diretor prefere se referir a eles, “três filmes épicos”.

“Maya e os 3 Guerreiros” foi criada, produzida e dirigida por Jorge R. Gutiérrez, diretor e roteirista do longa de animação “Festa no Céu” (2014) – há inclusive uma participação bem rápida dos personagens principais do longa na minissérie. O estilo das duas animações é bem parecido, com riqueza de ornamentos, muito colorido e uma miríade de detalhes que transformam cada frame em uma verdadeira obra de arte.

Gutiérrez descreveu, na fase de pré-produção, “Maya e os 3 Guerreiros” como “uma versão mexicana de O Senhor dos Anéis, mas hilária”. Entre as influências cinematográficas da minissérie, Gutiérrez destacou “O Mágico de Oz” (1939), “Fúria de Titãs” (1981), “O Tigre e o Dragão” (2000), “Kill Bill” e Pantera Negra” (2018). As principais influências, entretanto, são os mitos das civilizações pré-colombianas, em especial os maias e astecas.

Maya é uma heroína real, com pernas grossas e curvas naturais, que não a sexualizam em demasia. O design realista das personagens femininas é mais um trunfo de “Maya e os 3 Guerreiros”. A responsável pelo design das personagens femininas é Sandra Equihua, esposa de Gutiérrez. O único senão da produção não vem do design, mas da escolha do personagem com pele mais escura como o alívio cômico da minissérie.

Na Netflix, a classificação indicativa de “Maya e os 3 Guerreiros” é para maiores de 10 anos, e isto faz sentido. Crianças menores podem se perder na trama, muito embora alguns episódios sigam o mesmo arco narrativo: o melhor guerreiro do reino tem sua origem apresentada, Maya encontra o guerreiro e o convence a se juntar à missão, o time tem de enfrentar deuses vingativos. Crianças pequenas talvez também não gostem das cenas de batalha, que são constantes, e não compreendam temas que são tratados na minissérie, como perda, luto e sacrifício.

Jorge Gutiérrez costuma dizer que vivemos a era de ouro da animação. Se é assim, sua minissérie “Maya e os 3 Guerreiros” é uma das pedras mais preciosas a serem lapidadas nesta era, e que também ganha pontos por sua criatividade, representatividade e autenticidade.

Nota: Épico – 5 de 5 estrelas

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