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‘A alma imoral’ em 3 únicas apresentações no PetraGold, no Leblon

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Chegando aos 14 anos consecutivos em cartaz em 2020 – desde sua estreia em 2006 -, “A alma imoral”, de Clarice Niskier, em cartaz no Teatro Eva Herz em São Paulo, faz três únicas apresentações no Rio, no Teatro PetraGold.

O texto da peça é uma adaptação de Clarice Niskier para o teatro, a partir do livro homônimo do rabino Nilton Bonder. A supervisão da montagem é de Amir Haddad. A atriz adaptou o texto com “o objetivo de mobilizar o pensamento e a emoção do espectador contemporâneo”.

A peça desconstrói e reconstrói conceitos milenares da história da civilização – corpo e alma, certo e errado, traidor e traído, obediência e desobediência. Sozinha no palco, Clarice Niskier está em contato direto com a platéia, sem fazer uso da chamada “quarta parede”. Para contar histórias e parábolas da tradição judaica, a atriz vale-se somente de uma cadeira panton preta e um grande pano preto que, concebido pela figurinista Kika Lopes, transforma-se em oito diferentes vestes – mantos, vestidos, burcas, véus. O espaço cênico concebido por Luis Martins é limpo e remete a um longo corredor em perspectiva.

Clarice optou por não trabalhar com uma direção teatral no sentido tradicional, mas com a supervisão de Amir Haddad, que já vem fazendo este trabalho com alguns atores. “Super-visão pode significar uma visão maior ou superior, capaz de desvendar coisa que outros olhos mortais não conseguiriam ver. Assim como o super-homem (citado no espetáculo) com sua visão de raio x. Mas também pode significar uma sobre-visão, uma visão de cima, das coisas que estão acontecendo. Por exemplo: ‘A terra é azul’ disse Gagarin, sobrevoando o planeta. O que eu faço com a Clarice, bela atriz, mulher corajosa, procurando o seu lugar, é tentar dar a ela a visão de quem está de fora, e às vezes de cima, para melhor poder entendê-la e orientá-la na manutenção de sua órbita. Me dá mais prazer observar e ajudar um ator no divino exercício do seu ofício do que inventar efeitos de som e luz e algumas marcações e depois anunciar: ‘o diretor’. Sonho com um ator dono do seu próprio texto e dessa maneira, capaz de iluminar o texto de outrem pelo embate de suas idéias.”, propõe Amir.

Como tudo começou?

Clarice inicia contando ao público a origem da peça, que nasceu do seu primeiro encontro com o rabino Nilton Bonder, em 2002, num programa de televisão:

“(…) No final da minha entrevista, então, a apresentadora me perguntou se eu tinha uma religião. Disse que era de descendência judaica, mas que o teatro tinha me aproximado do Budismo, então que eu era uma judia-budista. Veio o intervalo… Quando o programa voltou ao ar a apresentadora disse que tinha chegado um fax meio-assim-pra-mim, mas que ela ia ler porque queria ouvir minha resposta. O fax dizia: – Minha filha, não existe judia budista. Ou você é bem judia ou você é bem budista. Assinado, Dona Léa… não lembro o sobrenome… Mas lembro que na hora não me pareceu budista…”.

A apresentadora do programa perguntou a Bonder o que achava do fax da telespectadora, e ele então trouxe nova luz à questão levantada por Clarice. Acolhendo o ponto de vista da atriz, o rabino afirmou que o Budismo poderia  inclusive ajudá-la a compreender melhor o Judaísmo. E ao final do programa a presenteou com um exemplar do livro que lançava na ocasião, “A Alma Imoral”. Clarice logo leu o livro e nele encontrou “traduzidos em palavras muitos de seus sentimentos, que até então não sabia como expressá-los”. Imediatamente começou a trabalhar na adaptação para teatro, fazendo leituras regulares para amigos, atores e público ao longo de dois anos, num processo acompanhado por Nilton Bonder, de quem sempre recebeu todo apoio e confiança.

Serviço

ÚNICAS APRESENTAÇÕES: dias 28 e 29 de fevereiro e 1º de março
LOCAL: Teatro PetraGold – Sala Marilia Pera
Rua Conde de Bernadotte, 26 – Leblon / RJ
(estacionamento no local) Tel: 21 2529-7700
HORÁRIOS: sexta e sábado às 20h e domingo às 19h
DURAÇÃO: 80 min / INGRESSOS: R$70,00 e R$35,00 (meia entrada) 
Funcionamento bilheteria: 2ª a 6ª das 13h às 21h e sab e dom das 10h até o início da última sessão do dia
CAPACIDADE: 404 espectadores
CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: 18 anos
GÊNERO: dramaTEMPORADA: até 1º de março

Ficha técnica

Autor do livro “A Alma Imoral”: Nilton Bonder
Adaptação, Concepção Cênica e Interpretação: Clarice Niskier
Supervisão: Amir Haddad
Cenário: Luis Martins
Figurino: Kika Lopes
Iluminação: Aurélio de Simoni
Música Original: José Maria Braga
Preparação Vocal: Rose Gonçalves
Direção de Movimento: Márcia Feijó
Preparação Corporal: Mary Kunha
Fotos: Dalton Valério, Elenize Dezgeniski e Letícia Vinhas
Programação Visual: Studio C
Assistente de Produção / Coordenação do Projeto: José Maria Braga
Realização: Niska Produções Culturais
Assessoria de Imprensa: JSPONTES Comunicação – João Pontes e Stella Stephany

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